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sábado, 22 de setembro de 2012






Em Busca de um Sonho

O objeto de estudo deste artigo são pessoas que lutam para conquistarem seus sonhos, vencendo as adversidades.
 A.L. era um jovem simples, filho de lavradores. Não teve privilégios sociais, não viveu em palácio, raramente ganhava presentes. Mas tinha uma característica dos vencedores: reclamava pouco. Nada melhor para fracassar na vida do que reclamar muito. Não sobra energia para criar oportunidades. Desde a juventude A. L. conheceu as dificuldades da existência. Perdeu a mãe aos nove anos.

O sabor amargo e cruel da solidão penetrou nos becos da sua emoção. O mundo desabou sobre ele. Perder a mãe na infância é perder o solo onde caminhar. É o último estágio da dor de uma criança. Um ser humano pode ser rico mesmo sem ter dinheiro se tem ao seu lado pessoas que o amam; mas pode ser miserável ainda que milionário se a solidão é sua companheira.

Nosso jovem poderia ser controlado pela perda, mas sobreviveu.
Havia algo nele digno de elogiar: sua capacidade enorme de viajar.
Viajava muito. Transportava-se para lugares longínquos e de difíceis acessos. Mas como viajava, se não tinha dinheiro?
Viajava pelo mundo dos livros.
O mundo dos livros dá asas à inteligência. Quem os descobre voa mais longe. Certa vez, por não ter recursos financeiros, A.L. ousou pedir aos vizinhos e aos amigos livros emprestados. Ficava um pouco inibido, mas não tinha medo de ouvir um não. Tinha medo de não aprender. Amou cedo à sabedoria. Você ama a sabedoria?
Construiu secretamente um tesouro enterrado no seu intelecto.
Era comum por fora, mas um sonhador por dentro. Os maiores tesouros estão ocultos aos olhos. Pensava na vida enquanto muitos só pensavam nos prazeres momentâneos.

Era possível vê-lo parado com um olhar vago. Parecia estar em outro mundo. Estava no mundo das ideias. As necessidades e sofrimentos desde a sua mais tenra infância, em vez de ceifar lhe a criatividade, produziram sonhos.

Certa vez ele teve um belo projeto: "Vou montar um negócio...”.
Sonhava em ganhar dinheiro, ter prestígio social e conquistar uma vida tranquila. Um bom sonho. Sentiu-se como um poeta, inspirado e destemido. Nos sonhos tudo parece fácil, não há acidentes. Mas todo sonho traz alguns pesadelos. O resultado do negócio?

FALÊNCIA.

Aprendendo a não ser controlado pelos fracassos

Você já enfrentou a dor de uma derrota? A.L. viveu-a e ficou abalado, mas não se submeteu ao controle dela. Assumiu-a, enfrentou-a e enxergou-a por outros ângulos. Seu enfrentamento impediu que o fenômeno RAM gerasse um conflito, uma área doentia da memória, uma janela de tensão.

Ele levantou a cabeça e voltou a sonhar. Saltou do mundo dos negócios para o mundo da política. Mas era ingênuo, não conhecia os enigmas desse terreno. Candidatou-se a um cargo. Estava muito animado, queria ser um político diferente. Teve muitas inspirações.
Sentia que poderia ser um grande homem. O resultado das urnas?

FOI DERROTADO!

"Não é possíve1!", exclamava. "O que fiz de errado?" Muitas perguntas, muitas respostas, mas nenhuma apaziguava a sua emoção. A razão tenta se preparar para as derrotas, mas a emoção nunca se submete a elas. No dia seguinte, o "eu" do nosso jovem, que representa sua capacidade de decidir, controlar seu mundo, ser consciente de si mesmo, estava abatido. Não tinha ânimo para conversar com ninguém.
Olhar os vencedores desse pleito detonava um fenômeno inconsciente que atua em milésimos de segundo, chamado gatilho da memória ou fenômeno da autochecagem. Esse gatilho abria uma janela da memória que continha a experiência do fracasso na urna, e desse modo, checava a sua condição de derrotado.

A consequência?

Um mecanismo súbito de ansiedade desenhava-se no cerne da sua mente. Pensamentos e emoções angustiantes avolumaram-se, gerando nó na garganta, boca seca, taquicardia. Parecia que seu cérebro o estava avisando de que ele corria perigo e precisava fugir.
Fugir do quê?

O jovem enfrentou o drama da derrota muito cedo. Alguns, ante um fracasso, bloqueiam a inteligência. Eles registram o fracasso intensamente nos solos do inconsciente, através do fenômeno chamado RAM, registro automático da memória (Cury; 1998).

O mecanismo é o seguinte: o fracasso é lido continuamente, gerando reações emocionais dolorosas e idéias negativas que obstruem a liberdade de pensar, de fazer novos planos, de acreditar no próprio potencial. A derrota não superada esmaga os sonhos e dilacera a coragem.


Golpes inevitáveis

Mas a alegria de A.L. logo se dissipou no calor das suas perdas. No ano seguinte sofreu uma perda irreparável. Sua noiva morreu. Sua mãe havia morrido cedo, e agora nunca mais veria o rosto da mulher que amava.
A perda roubou-lhe não apenas a alegria, mas produziu algumas janelas kíllers na sua memória. Killer quer dizer "assassino" (a). Janelas killers são zonas de conflitos intensas cravadas no inconsciente que bloqueiam o prazer e a inteligência. Quando entramos nessas janelas reagimos como animais, sem pensar. Elas são construídas através de perdas dramáticas, frustrações intensas, angústias indecifráveis que não são superadas.

Ergueu-se das Cinzas

Aos poucos voltou o encanto pela existência. Desejou ser útil à sua sociedade, porque não via outro sentido para a vida. Sob a chama desse ímpeto, candidatou-se a deputado federal. Preparou-se para uma grande vitória. Sorriu, andou, discutiu mais os problemas sociais. Então, veio o resultado.

FOI DERROTADO.

Sua alma ficou apertada. Sentia-se sufocado. Olhava para os lados, achando que as pessoas comentavam seu fracasso. A sociedade é rápida para bajular os que estão no pódio e lenta para apoiar os derrotados.

Cuidado! Se você depender muito dos outros para executar seus sonhos, corre o risco de ser um frustrado na vida. Os jovens precisam estar alertas. Eles são exigentes para consumir, mas não sabem construir seu futuro, são frágeis e dependentes.

Alguns achavam que o sonho de A.L. era um mero entusiasmo. Mas ele se reergueu. Seus sonhos eram sólidos demais para fazê-Io ficar submerso nos escombros dos seus fracassos. Alguns anos mais tarde o sonho de ser um grande político renasceu. Candidatou-se novamente.
Fez uma campanha com a segurança e ousadia. Gastou saliva e sola dos sapatos como ninguém. Pensou: "Desta vez serei um vencedor." Estava animadíssimo. Após uma extenuante campanha, veio o resultado.

PERDEU DE NOVO.

Foi um desastre emocional. Ao vê-Io passar, as pessoas meneavam a cabeça. Os mais próximos diziam: "Pare de sofrer! Faça outra coisa!" Muitos jamais entrariam numa outra disputa. Mas quem controla o sonho de um idealista? Eles são os mais teimosos do mundo. Uma dose de teimosia é fundamental para ser realizado na vida. Todos os sonhadores foram persistentes, amaram a disputa.

Nos países desenvolvidos, como EUA, Japão, Inglaterra, Alemanha, há uma crise na formação de pensadores e de líderes idealistas. Por quê? Porque os jovens não têm grandes desafios para enfrentar, não têm obstáculos para superar, crises para vencer. Por terem poucos desafios sonham menos e têm menos compromisso social.
Se eliminarmos o contato de uma pessoa com todos os tipos de vírus, um dia, quando ela se expuser ao mais banal deles, poderá não sobreviver. Não é isso que temos feito com nossos jovens?
A.L. teve de enfrentar a humilhação das derrotas, os deboches dos amigos, o sentimento de incapacidade. Tudo isso feriu sua psique, mas educou a emoção para suportar crises e perdas.

Adquiriu anticorpos intelectuais. Um bom profissional se prepara para os sucessos, um excelente se prepara para o fracasso.
Em seu livro O príncipe, Maquiavel comentou que as atitudes revelam oportunidades que a passividade teria deixado escondidas. A história nos ensina que as pessoas passivas sucumbem às suas desculpas e submetem-se aos seus temores. Os sonhos são o melhor remédio para curar frustrações. Se sólidos, eles podem ter mais eficácia do que anos de psicoterapia.

Eles reeditam o filme do inconsciente e ampliam os horizontes do desanimado, fazendo renascer a motivação para recomeçar tudo de novo.
Nosso sonhador emergiu do caos. Ninguém acreditava, mas A.L. decidiu enfrentar mais uma campanha para o congresso. Nunca se viu tanta garra. As injustiças sociais e a discordância das desigualdades humanas geravam nele uma fonte inexplicável de energia para correr riscos. Agora havia mais fé e mais experiência. Corrigiu os erros de outras campanhas e tornou-se mais sociável. Finalmente veio o resultado.

PERDEU MAIS UMA VEZ.

Nos dias que se seguiram, A.L. afundou no pântano do seu pessimismo. Sentia-se arrasado, dilacerado, impotente. Perguntava se inúmeras vezes: "Onde eu falhei? Por que as pessoas não confiam em mim?" Não se concentrava no mundo concreto. Havia momentos em que queria fugir do mundo. Entretanto, quem pode fugir de si mesmo?

Quando as pessoas o viam, elas comentavam a meia voz uma para as outras: "Lá vai o Senhor Fracasso." Havia amargado diversas derrotas eleitorais, falências e perdas. Sua coleção de fracassos era mais do que suficiente para fazê-lo vítima do medo. Por muito menos, pessoas ilustres escondem a cabeça debaixo do travesseiro.

Ele deveria também se colocar como vítima do que os outros pensavam e falavam a seu respeito. Se muitos perdem noites de sono por um olhar atravessado, uma injustiça, uma censura, imagine como estava o território da emoção desse sonhador.

A sociedade é ótima para exaltar os que têm sucesso e rápida para zombar dos fracassados. Quem almeja ter uma personalidade saudável não deve esquecer essa lei: não espere muito dos outros. Todos entenderiam se ele desistisse das suas metas. Era o mais recomendável. Vencer parecia um fenômeno inalcançável.

Entretanto, quando todos esperavam que ele não se erguesse mais, A.L. se levantou das cinzas. Não era propenso a aceitar idéias sem passá-Ias pelo filtro da sua crítica.
Mostrou, assim, uma coragem poética, embriagada de sensibilidade. Para muitos sua coragem era ilógica, para ele era o combustível que mantinha acesa a chama dos seus sonhos.

Ele apareceu na roda dos políticos e, para espanto da plateia, teve a coragem de se candidatar para o senado. As derrotas, ao invés de destruir sua autoestima, realçavam seu projeto. A campanha foi diferente. Sua voz estava vibrante. Deixou de ser refém de algo que facilmente nos aprisiona: nosso passado.

Acreditou que romperia a corrente de fracassos e que o sucesso beijaria os solos da sua história. Mas não queria o sucesso pelo sucesso. Não era um político dominado pela coroa da vaidade. Os que amam a vaidade são indignos da vitória. Os que amam o poder são indignos dele. Ter sucesso para estar acima dos outros é mais insano do que as alucinações de um psicótico.

A. L. tinha uma ambição legítima. Ele queria o sucesso para ajudar o ser humano. Queria fazer justiça para os que viviam no vale das misérias físicas e emocionais. Sonhava com o dia em que todos fossem tratados com dignidade na sua sociedade.
Após extenuante campanha, onde expôs inflamado suas idéias, aguardou impacientemente o resultado. Não podia perder dessa vez. Se isso acontecesse, até seus adversários teriam compaixão dele. Então, veio
o resultado.

PERDEU OUTRA VEZ.


Ao chegar em casa, sentou-se numa cadeira, não sentindo o próprio corpo. Era difícil acreditar em mais esse vexame público. Sua memória se tornou árida como um deserto. Faltavam flores no palco da sua mente e sobravam pensamentos pessimistas. Qualquer psiquiatra e psicólogo clínico, por menos experiência que tivesse, entenderia seu medo do futuro. O amanhã tornou-se um pesadelo.

Uma coragem incomum

Muitos jovens, quando vão mal numa prova, entram em crise.
Outros, quando são traídos pelas namoradas ou namorados, choram como crianças. Alguns adultos, quando não cumprem suas metas no trabalho, ficam insones. Outros, quando são abandonados pelo parceiro ou parceira, se acham os últimos dos seres humanos. As perdas deveriam nutrir o "eu" para fazê-Io mais forte e não submisso, mas freqüentemente não é isso o que acontece.

O caso de A.L. era mais grave. Não dava para exigir grandes atitudes de um colecionador de perdas. As opiniões se dividiam em relação a ele. Algumas pessoas supersticiosas acreditavam que ele estava programado para ser derrotado. Outras, fatalistas, acreditavam que seus fracassos eram decorrentes de seu destino previamente traçado. Para elas, uns nasceram para o sucesso, outros para o fracasso.

Entre as supersticiosas e as fatalistas havia unanimidade: todas concordavam que ele deveria se conformar com seus fracassos, mudar de cidade, de país, de emprego. O conformismo, em psicologia,
chama-se psícoadaptação. O fenômeno da psicoadaptação é a incapacidade da emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou- _Positivamente, com o tempo
perdemos a intensidade da reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles.

Nós nos psicoadaptamos ao celular, ao carro, ao tipo de roupa, à decoração de nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais.
Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objetos, novas idéias. Só conseguimos voltar a ter prazer se reciclamos nossa capacidade de observar e valorizamos detalhes não contemplados. No aspecto positivo, a psicoadaptação gera uma revolução criativa.

Nos estimula a procurar o novo, amar o desconhecido. Ela é um dos grandes fenômenos psicológicos inconscientes responsáveis pelas mudanças nos movimentos literários, na pintura, na arquitetura e até na ciência.

Todavia, quando a psicoadaptação é exagerada, ela gera insatisfação crônica e consumismo. Nada agrada prolongadamente.
As conquistas geram um prazer rápido e fugaz. Aqui está uma das maiores armadilhas da emoção. Por isso, não é saudável que os pais deem muitos presentes para os filhos. Eles se psicoadaptam ao excesso de brinquedos. O resultado é maléfico! Consomem cada vez mais coisas, mas obtêm cada vez menos prazer.

Outra grande armadilha da emoção é a psicoadaptação às violências sociais, aos ataques terroristas, à competição no trabalho, às brigas conjugais, aos fracassos profissionais, a depressão, pânico, ansiedade. A consequência? Perdemos a capa A.L. tinha tudo para se psicoadaptar aos seus fracassos. Poderia se colocar como um supersticioso, achar que era um desafortunado, sem sorte. Mas ele considerava que a verdadeira sorte não é gratuita, mas a que se constrói com labuta.

Poderia ainda se posicionar como um fatalista, culpar o destino e achar que estava programado para ser infeliz. Neste caso, não teria forças para sair do seu caos. Mas não se psicoadaptou, não abdicou do seu direito de decidir seu destino, de fazer escolhas. Você tem tomado às decisões que julga necessária?

Ele vivia o conteúdo de uma frase que todos os grandes pensadores vivenciaram: "Os perdedores veem a tempestade, os vencedores veem por trás das densas nuvens os raios de sol”.
Ele estava ferido, mas não vencido. Estava abatido, mas não destruído. Estava mutilado, mas almejava correr a maratona. Sua coragem era quase surreal, beirava o inacreditável, mas trazia lhe saúde psíquica.

Suas flagrantes derrotas, ao invés de se tornarem um pesadelo, tornaram-se um romance pela vida. As suas crises de ansiedade tornaram-se como ondas que se debruçavam sobre a praia da sua história e produziam marcas de maturidade. Tornou-se um ser humano de raríssimo valor. Encontrou grandeza na sua pequenez.
 Você tem encontrado grandeza na sua pequenez?

Nosso sonhador não pintava quadros, mas desenhava pensamentos.
Não esculpia madeira, mas esculpia idéias animadoras. Era um artista da vida. Alguns amigos recomendavam que ele se aquietasse, tivesse pena de si, não corresse mais riscos. "Tudo tem limite", diziam. Em alguns momentos precisamos mostrar uma coragem extraordinária.
Quando lhe pediam silêncio, de repente ele gritou mais alto.
Sonhou em concorrer como vice-presidente do seu país. Vice presidente?
Um ultraje! Porém, ele tinha algumas das cinco características dos grandes gênios:

1 - Era persistente na busca de seus interesses;
2 - Animava-se diante dos desafios;
3 - Tinha facilidade para propor idéias;
4 - Tinha enorme capacidade de influenciar pessoas;
5 - Não dependia do retorno dos outros para seguir seu caminho.

Quem dera a educação moderna ensinasse menos matemática, física, química, biologia, e mais a arte de pensar. Nossos alunos teriam algumas dessas nobilíssimas características da inteligência. O mundo seria menos engessado.

Através de seu magnetismo, A.L. entrou nessa nova campanha. Já que não estava na linha de frente, estaria mais protegido, faria uma campanha mais segura, menos tensa. Como vice-presidente estava mais preservado. Mas teria que propor seu nome na convenção. No dia da votação sua ansiedade aumentou. Começaram a contar os votos da convenção. Não demorou muito para sair o resultado.

RECEBEU UMA FLAGRANTE DERROTA.

Sua presença causou espanto e reflexões. "Ali não era lugar para os perdedores, mas para os vencedores", pensavam alguns. Outros imaginaram que A.L. estivesse lá para assinar uma carta pública anunciando que abandonaria para sempre seus sonhos. Outros ainda conjecturavam que ele estava ali para suplicar um emprego público.
Para surpresa de todos, o derrotado arrancou calafrios dos seus colegas ao manifestar o desejo de candidatar-se novamente para o senado.

"Candidatar-se para o senado!" "Uma atitude absurda!" "Acorde!" "Olhe para seu passado e mude de direção!”.
Foi preterido. Muitos pensaram que ele certamente contagiaria com seu derrotismo o candidato à presidência. A verdade crua a respeito daquele homem era que ele se tornara um dos maiores colecionadores de fracassos da história. Raramente alguém tentara tanto e raramente alguém perdera tanto.

Os amigos se afastaram. As pessoas não esperavam mais nada dele. As janelas killers produziam o cárcere da emoção. Sua autoestima estava quase zerada, seu encanto pela vida, combalido.

O pessimismo o envolveu.

Começou a crer que uns nasceram para a vitória e outros para o fracasso, uns para o palco e outros para a plateia. O que você faria depois de tantos fracassos? O que você faria se fosse abandonado pelas pessoas mais próximas? Que atitude tomaria se fosse despedido do emprego em que colocou todo o seu futuro? Que reações teria se atravessasse uma crise financeira tão grave que não tivesse nem dinheiro para pagar o aluguel da casa? Qual seria sua postura se fosse criticado publicamente e as pessoas ao seu redor desacreditassem completamente de você? Muitos simplesmente desistiriam dos seus sonhos.

Há uma grande diferença entre o individualismo e a individualidade.
O individualismo é uma característica doentia da personalidade, ancorada na incapacidade de aprender com os outros, na carência de solidariedade, no desejo de atender em primeiro, segundo e terceiro lugar aos próprios interesses. Em último lugar ficam as necessidades dos outros.

A individualidade, por sua vez, é ancorada na segurança, na determinação, na capacidade de escolha. É, portanto, uma característica muito saudável da personalidade. Infelizmente, desenvolvemos freqüentemente o individualismo, e não a individualidade.


(Um escultor de idéias) um artista da vida

A. L. desenvolveu uma individualidade madura. Ele queria dirigir seu barco, mesmo diante das turbulências. Não era radical. Não era agressivo. Não era egocêntrico. Era apenas Um sonhador.
Queria simplesmente ser fiel àquilo em que acreditava.

A.L. tornou-se o "Senhor Fracasso". Grande parte das pessoas acreditava que o "Senhor Fracasso" não teria mais aparição pública, muito menos na roda de políticos e partidários. De repente, entrou na sede do partido um homem de cabe Alguns têm sucesso, mas não são fiéis à sua consciência.
Conseguem altas somas de dinheiro de maneira escusa. Brilham diante dos holofotes, mas por dentro são opacos. Quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo.

Apesar do péssimo currículo das suas derrotas, nosso sonhador fez uma campanha primorosa para o senado. Estava determinado a vencer. Nas ruas, as pessoas gritavam "derrotado"; nas praças, "perdedor". Mas ele olhava para dentro de si e procurava forças no mundo intangível dos seus sonhos.

Para A.L., cada disputa era um momento mágico. Estar na disputa era mais importante do que o pódio. Os que valorizam o pódio mais do que a disputa não são dignos de subir nele. Ele acreditava que a vida era uma eterna conquista que possui ganhos e perdas. Nos sucessos tomamos o cálice da alegria, nas ruínas bebemos o cálice das experiências. Desta vez esperava tomar o cálice da alegria.
Finalmente chegou o dia da votação. Aguardou com expectativa incomum o resultado das urnas. Desta vez tinha de ser diferente.

FOI NOVAMENTE DERROTADO.

O orvalho almejando ser a chuva de verão: a grande lição

Algumas pessoas apostavam que ele se exilaria numa zona rural ou em alguma ilha. Outras, menos cruéis, acreditavam que ele poderia vir a ser, com muita dignidade, dirigente de um asilo ou de um lar de crianças.
Havia quem pensasse que ele deveria trabalhar numa repartição pública, fazendo tarefas repetitivas e esperando o magro salário do final do mês sem reclamar e reivindicar melhores condições. Um dia se aposentaria e viveria calado a humilhante condição de não conseguir pagar suas contas com a baixa pensão recebida.

Embora a sociedade o considerasse um representante típico da espécie dos fracassados, do ponto de vista psicológico nosso sonhador foi um grande vencedor, ainda que não tivesse vencido nenhum pleito eleitoral. Foi um vencedor do preconceito, da discriminação, do deboche social, das suas inseguranças.

As pessoas superficiais veem os resultados positivos como parâmetros do sucesso, enquanto que a psicologia avalia o sucesso usando como critérios a motivação, a criatividade e a resistência intelectual. Diferente da maioria das pessoas, ele lutou pelos seus sonhos até a última gota de energia. A.L. foi vitorioso. Schopenhauer afirmava que jamais deveríamos fundamentar
nossa felicidade pela cabeça dos outros (Durant, 1996).

A.L. seguiu esse princípio, pois se gravitasse em torno da opinião dos que o cercavam estaria condenado ao ostracismo, ao completo isolamento social.  Os piadistas o usavam como personagem principal das suas ironias.
Diante do tumulto social, ele entrou no único lugar protegido do mundo: dentro de seu próprio ser. Lá ele se calou e fez a oração dos sábios:
o silêncio. Você conhece a força dessa oração?

Não tinha o que falar. As lágrimas deixaram o anonimato e escorreram pelas vielas do seu rosto. Escondia a face, mas chorou muito. Era um ser humano apaixonado pela sua sociedade, mas não tinha uma oportunidade de ajudá-Ia.

As janelas killers deveriam estar assassinando sua capacidade de pensar, dilacerando sua coragem, dissipando seu ânimo e produzindo uma reação íntima que atestava que ele era o mais infeliz dos homens. Parecia que desta vez A.L. se entregaria, chegara ao limite. Faria qualquer coisa, menos se candidatar a qualquer cargo nem para o clube dos fracassados. Seria controlado pelo fantasma do medo e pelo monstro da derrota.
Só o silêncio poderia conter sua indecifrável frustração, entretanto nasceu no coração dele o desejo de ser presidente, de ajudar as pessoas.

ABRAHAM LINCOLN candidatou a contra gosto dos otimistas, mas para a surpresa de todos, ele foi eleito Presidente dos Estados Unidos.
 Abraham Lincoln foi um dos maiores sonhadores de todos os tempos. Teve todos os motivos para abandonar seus sonhos, mas, apesar de todas as lágrimas e das incontáveis frustrações, jamais desistiu deles.

Texto extraído do livro “Nunca desiste de seus sonhos” Augusto Cury

terça-feira, 18 de setembro de 2012

 

Feridas que nunca Cicatrizam


A dor de uma perda, a desilusão amorosa, o ressentimento por algum ato ilícito cometido geram feridas que machucam o coração, e fazem doer à alma.  Algumas feridas são profundas, já outras são incuráveis, tudo depende da intensidade em que nossos sentimentos foram golpeados.

De acordo com Augusto Cury, escritor, psiquiatra e médico os sentimentos que tem mais carga emotiva tendem a serem armazenados de forma privilegiada pelo Registro Automático da Memória (RAM), e por isso são lembrados com mais facilidade.

A teoria de Cury investiga quatro processos da mente humana: a construção de pensamentos, a transformação da energia psíquica, a formação do “eu” e a organização da história consciente e inconsciente da memória.

 As feridas se instalaram na organização da história consciente e inconsciente da memória onde estão arquivados os registros da nossa vida, e são alimentadas pelas emoções. De modo que quanto mais mágoa se tem de alguma pessoa a tendência é pensar mais nela, por isso é fundamental deixar que a ferida da mágoa cicatrize em seu coração.

Perdoar o ofensor é perdoar a si mesmo, visto que ao liberar o perdão, a graça e o amor de Deus curam o seu coração, e desta forma você vai viver em paz.      

Todavia sei que não é fácil perdoar o cônjuge pelas traições, ou aquele parente com o qual você discutiu, ou o seu vizinho com quem você rompeu a amizade. Tudo isso acontece pelo fato das nossas relações interpessoais serem complexas.  Alias são estas relações conturbadas que nos fazem sofrer, pois elas abrem as feridas profundas dentro do nosso peito. 

Existem pessoas que infelizmente vão morrer com a ferida aberta, por serem incapazes de perdoar, de passar por cima do seu ego, e de chegar até a pessoa ferida e pedir perdão.    


 Pense nisso!

terça-feira, 11 de setembro de 2012




JESUS AMA OS MEDIOCRES E ABOMINA A MEDIOCRIDADE!


Há um sentido no qual mediocridade é aquilo que é pertinente à média.
Nesse caso, trata-se da existência que se deixa governar pela média, e que teme qualquer expressão de seu próprio ser que não carregue a chancela da maioria.
Ora, neste sentido, pode-se dizer que Jesus ama os medíocres, pois Ele amou ao mundo, e, sem dúvida, a Terra é a habitação da mediocridade travestida de bons costumes, de moral, de etiqueta e da covardia que se deixa domesticar pela vontade da maioria, não importando as amputações existenciais que o individuo tenha que sofrer, desde que se conforme às massas.
Todavia, mesmo amando a todo homem, e fazendo-o de modo igual, Jesus, o homem, detestava a mediocridade.
Quando Jesus anunciou que iria para Jerusalém, e disse que lá morreria, Pedro lhe disse: “De modo nenhum Senhor”. A resposta de Jesus foi forte: “Arreda Satanás”.
E o que isto tem a ver com o fato de Jesus detestar a mediocridade?
“Tu é para mim pedra de tropeço”—acrescentou Jesus a Pedro.
Mediocridade é a boa intenção que tenta impedir a plenitude da vida e da missão no existir.
Era isto que Pedro estava fazendo. E isso era também parte do repúdio de Jesus.
Pedro queria um Cristo medíocre. Um Jesus sobrevivente!
É a mediocridade, por mais cheia de boas intenções que seja, que diz “de modo nenhum” a tudo aquilo que possa parecer risco de vida, ou melhor: chance de morte; ou mesmo de uma existência diferente.
A mediocridade é o que nos incita a crer que apenas os seres “abomináveis” da terra é que podem ser associados à Satanás.
A mediocridade é o que determina qual é o publico do diabo, e quais as ofensas que mais ofendem a Deus.
Isto porque é o medíocre que enxerga no diferente o ser abominável, e nos demais, iguais a ele mesmo em conduta exterior, aqueles que jamais seriam objeto de um veemente “Arreda Satanás, pois tu me és motivo de tropeço”.
Mas para Jesus a mediocridade é uma ofensa terrível, é a pior forma de possessão demoníaca que pode assolar um homem, visto que o possuiu em-si-mesmo, e não como uma invasão alienígena.
Satanás habita a mediocridade dos que pensam que podem dizer “De modo nenhum” até para Jesus.
O problema é que a Religião tem essa pretensão!
E é assim que age quase o tempo todo!
Ora, houve outra ocasião, tempos depois, quando Pedro, outra vez disse: “De modo nenhum, Senhor”.
Isto aconteceu antes dele ser informado por um anjo do Senhor que deveria sair de Jope e ir até a Cesárea marítima a fim de anunciar o Evangelho na casa do pagão Cornélio (At 10).
Descia do céu um lençol com toda sorte de animais abomináveis, e Pedro recebia a ordem de que deveria comê-los.
Era uma visão. Mas o apóstolo dizia: “De modo algum, Senhor, visto que em minha boca nunca entrou nada comum ou imundo”.
A Palavra de Jesus a Pedro naquela visão foi a de sempre: “Não consideres comum ou imundo aquilo a que Deus santificou”.
O medíocre não se afasta do cardápio da média; e nem consegue enxergar santidade naquilo que não parece com ele mesmo, nem com sua cultura, nem com seu meio social ou religioso.
Em minha opinião, na maioria das vezes essa foi a diferença entre Paulo e os “outros”. Paulo não sofria de mediocridade, daí o Evangelho que pregava ter sido tão superior em consciência e qualidade.
Assim, se alguém tem devoção às instituições de valor determinadas pela religião, sem dúvida tal pessoa só será salva da mediocridade se Deus a forçar a comer aquilo que ela abomina.
Somente o genuíno Evangelho da Graça pode nos salvar da mediocridade, posto que somente na transcendência ao que é terreno e pertencente ao mundo das falsas aparências, é que o coração será liberto do satanás que se faz adversário de toda diferença.
Onde quer que haja “uniformidade” e onde quer que haja senso de sobrevivência que se ponha acima do chamado para a individualidade, aí, tenha certeza, há o espírito de Satanás.
E isto pode vir disfarçado do que for, mas se disser: “De modo algum Senhor”—, então, é a vontade do diabo que se está praticando, pois Satanás é o pai de todas as formas de clonagem.
Assim, eu repito:
Mediocridade é a intenção que tenta impedir a plenitude da vida e da missão no existir.
E isto gera repúdio em Jesus...
Ora, Ele não aceitou isto para Ele mesmo, como poderia consentir com isto para os outros, aos quais Ele veio salvar, por mais diferentes que pareçam da média?

segunda-feira, 3 de setembro de 2012












Um Grito de Socorro


Elisabeth Kübler-Ross descreveu “Os Cinco Estágios do Luto”  (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte):

 Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo.";

 Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo.";

 Negociação: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem.";
 Depressão: "Estou tão triste.”; Por que me preocupar com qualquer coisa?"; e

 Aceitação: "Tudo vai acabar bem.".

 O principio é aplicável a toda forma de rompimento grave: Divórcios, perda de emprego, luto por um ente querido, etc. Kübler-Ross sustenta que estes estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem são todos experimentados por todas as pessoas, mas afirmou que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.

Portanto é por isso que em determinados momentos da nossa vida nos sentimos sozinhos, abandonados, e parece que o mundo inteiro virou as costas para nós. Estamos rodeados de pessoas que nos amam, mas mesmo assim a solidão é tão grande que nossa alma fica aflita.

Parece que o chão debaixo dos nossos pés sumiu e que estamos caindo em um grande precipício, talvez seja  por isso que você fica irritado, deprimido, e com muita vontade de chorar.
Seus sentimentos estão confusos, a angústia esta comprimindo seu peito, e você sente como se ele estivesse sendo apertado.

O seu mundo desabou !

Mas, infelizmente não há ninguém que possa te ajudar e nem quem compreenda as complexidades existenciais que afligem o teu ser, alias muitos nesse momento te julgam, e te olham com um olhar de indiferença.  

Há terapeutas que fazem uso da terapia do grito, para que seus pacientes possam aliviar a carga de estresse, e desta forma equilibrar o seu Q.E [Quoeficiente Emocional].

Mais e quando a angustia é forte demais ?   
Nesse momento apenas Jesus pode te ajudar, te socorrer, te levantar e te dar vida em abundancia.