O CRISTO
ANTES DO JESUS HISTÓRICO!
Já
quando Jesus diz: “Antes
que Abraão existisse, eu sou”, se
imagina apenas a afirmação da pré-existência divina de Jesus em relação a
Abraão.
Ficamos,
todavia, em razão das amarras teológicas sem mística e sem a simplicidade
apresentada na Bíblia, impossibilitados de simplesmente aceitarmos o que
sobejamente se diz nas Escrituras; ou seja: que nelas não apenas há o que a
respeito de Jesus constava como profecia, mas, também, como manifestação do
Cristo anterior ao Jesus da História; o qual, fartamente, se manifestou aos homens;
e que, no ambiente das Escrituras bíblicas do chamado Velho Testamento, faz
inúmeras inserções soberanas de Si mesmo antes da Encarnação de Deus em Jesus.
Todas
as vezes que aparece o Anjo
do Senhor esse ente Santo, supra-angelical, que
evoca para Si mesmo prerrogativas divinas e que aceita adoração humana, se está
falando do Cristo
antes de Jesus.
Ora, esse Anjo do Senhor pervade
as pagina das narrativas bíblicas sem pudor ou salvo resguardo algum. Na
existência histórica de Abraão, por exemplo, Ele aparece sem pedir salvo
conduto. Simplesmente chega, é visto, é adorado, é tratado como Deus; e como
Deus/Senhor fala sem qualquer reserva.
No
restante da história de Israel o mesmo acontece em diversas ocasiões, embora
não seja meu objetivo discorrer sobre tais ocasiões aqui. O que me interessa,
no entanto, é esse Cristo
antes de Jesus na História humana.
A
Teologia mais crente vai bem até aí em relação ao que estou afirmando, mas
impõe limites; e, os tais limites são o pacto de Deus com Israel; ou seja:
Cristo teria se manifestado antes de Jesus, mas apenas na História de Israel;
sendo Israel, portanto, uma fronteira para Deus em Cristo antes de Jesus.
Eu,
todavia, como creio na Liberdade Absoluta de Deus, e não o vejo preso nem a
Israel e nem a Abraão; posto que aquele Melquizedeque, sacerdote do Deus
Altíssimo, que aparece do
nada a Abraão, e que é interpretado pelo
escritor dos salmos e do da carta aos Hebreus como sendo claramente uma figura
Crística, não aparenta carregar umbilicalidades de nenhuma natureza com Abraão
ou com qualquer outro.
Na
realidade o
Anjo do Senhor, o
Cristo antes de Jesus, sempre se manifestou aos humanos; de
tal modo que nem
mesmo no mundo inteiro — como
diria João — caberiam as narrativas de tais acontecimentos.
De
fato, o amor de Deus pelo mundo não tem nenhuma fronteira em Israel; não teve
nem mesmo nos dias do Jesus Histórico; e, portanto, não teria no Cristo antes de Jesus.
Este
mundo de humanos tem sido objeto da revelação do Cristo Eterno desde sempre; e
nunca deixou e nem jamais deixará de ser.
Jesus é
a manifestação encarnada Dele entre nós; é o testemunho explicito Dele a ser
dado a todos os homens; mas não é o limite da Sua manifestação livre; afinal
trata-se do Cristo antes de Jesus; mas Jesus é o Cristo; sendo por isto Jesus
Cristo; não uma emanação budista de um dos Budas; mas o único Cristo de Deus, o
único Cordeiro de Deus; o mesmo que também foi imolado antes de haver História;
ou, como afirmam as Escrituras, antes dos tempos eternos, ou antes da fundação
do mundo; ou, como diz Miqueias: “desde
os dias da eternidade”.
Sua
única manifestação Crística encarnada, todavia com nascimento, morte e
ressurreição, aconteceu em Jesus, e em Jesus somente.
Porém,
Sua manifestação na História é aquela que nunca faltou em nenhuma fase da
História Humana, bem como em nenhuma manifestação do que quer que seja
sequencia de existência de qualquer mundo, criação ou dimensão cósmica ou
multi-cósmica.
Ele não
é apenas “o Cristo de todos os caminhos”, mas também o Cristo de todos os
mundos, camadas de existência ou dimensões!
O que
na Bíblia se chama de “Ordem de Melquizedeque”, é apenas uma designação para
determinar o Cristo Eternamente Deus/Livre de toda circunstancia humana,
racial, étnica, histórica, social ou religiosa, além de claramente colocá-Lo no
plano das multidimensionalidades em Suas revelações graciosas, soberanas e
salvadoras.
Abraão
viu os Seus dias e regozijou-se!... E
pergunto: E
quantos mais também não o viram ou o têm visto e se regozijado?
O
Cristo a nós revelado é obvio em todas as camadas de existência da Criação em
todas as suas dimensões! provavelmente
exceto para nós!
Ele é o
Senhor, o Salvador e o Deus de toda Criação; e é triste que a Religião pretenda
Dele fazer um deus seitificado, religiogizado, não apenas manifestado na
História, mas preso aos acontecimentos da cronologia de dois mil anos atrás; em
cuja ocasião Ele se deu a conhecer na linearidade do tempo/espaço, como a
revelação do Mistério antes a nós oculto; mas já agora revelado de modo não
sequencial a muitos, se não, a todas as formas de criatura e criação.
Esse
Anjo/Cristo/Deus que se encarnou em Jesus, é o Deus de todos, mesmo antes do
menino Jesus torná-Lo um fenômeno de fraqueza em morte no tempo/espaço.
Em
Jesus o Cristo entra na História da mortalidade e dos limites absolutos; na
História da Tentação; na História da Morte; na História da Ressurreição; na
História da Humilhação e da Gloria como vitória sobre a dor, a fraqueza, o
sofrimento experiencial e o andar em carne de mortalidade.
Ele,
porém, nunca negou Quem fosse; e disse aos que tinham em Abraão a suprema
referencia do seu parentesco com Deus em fé: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou!”.
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