Pesquisar este blog

sábado, 19 de outubro de 2013

ROSTOS SEM IDENTIDADE


Cheios de expectativa e tensão, os calouros da faculdade de medicina ficam chocados ao encontrar, em sua primeira aula de anatomia, a triste cena de corpos sem identificação, estendidos sobre o mármore branco. Marco Polo, um brilhante e audacioso aspirante a psiquiatra, não consegue aceitar a frieza com que os professores se referem aos corpos, dizendo que ali a identidade não importa.

À procura de informações sobre esses personagens aparentemente sem passado, Marco Polo se depara com um mundo de sonhos frustrados, futuros desfeitos e esperanças perdidas. Quem o guia nessa jornada é o excêntrico Falcão, um mendigo que conhece a fundo a mente humana. Apesar da difícil situação em que vive, Falcão recupera a sua alegria inata ao conviver com o jovem sonhador.

Estimulado pelo novo amigo, o recém-formado Marco Polo lança-se numa arriscada batalha contra professores e médicos de renome internacional para tentar mudar a abordagem clássica da psiquiatria, criticando os paradigmas da medicina, a indústria do preconceito e o sistema social.

Tendo a vida de Marco Polo como fio condutor desta comovente e vibrante narrativa, O futuro da humanidade nos leva a uma fascinante viagem pelo mundo da psicologia, introduzindo conceitos da ciência de forma simples e nos fazendo refletir sobre o rumo que a sociedade está tomando.

Todos os dias ao chegar no trabalho subo de elevador até o 13º Andar, deparo-me com várias pessoas, sei que todas elas tem uma história, no entanto muitas fingem que não estou ali, pois elas não me percebem, assim com também não as percebo. As vezes chego a conjecturar que sou um mero cadáver perambulando pelas ruas de uma cidade grande, dissecado pelas relações frias e distantes, pela falta de altruísmo, pela nulificação do próximo.
Ora, é bem provável que isso ocorra, porque estamos acostumados a viver em um mundo em que as pessoas agem na expectativa de reciprocidade.

A ação traz uma reação. Infelizmente, não se encontra sabor em relações desinteressadas. A suposta amizade vive de expectativas.
O que o outro pode me proporcionar?
Que ganho haverei de ter ao ir a tal evento?
Quem é fulano?
O que ele faz?
É filho de quem?

Tempos em que os adornos valem mais do que o essencial. Tristes tempos. As amizades interesseiras têm prazo de validade. As relações são inconsistentes. É comum, em um círculo de amigos, cada qual falar de si mesmo como um hobby. Uma geração narcisista. O pronome mais utilizado é o de primeira pessoa: "eu' Tristes tempos, repito.

Tempos de escassez de atitudes de misericórdia - descartar uma pessoa é mais fácil do que se desfazer de um objeto de estimação. Falta estima pelo ser humano. Vivemos em uma sociedade em que o consumo coisifica a pessoa Quanto mais se tem, mais se deseja e, quando não se tem, o desejo também faz questão de ficar. Falta um sonho de vida e sobram angústias pelas ausências desse sonho.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013





A ÚNICA COISA QUE IMPORTA SABER!

Deus é amor. E amor é o que todo ser humano quer. Portanto, quando alguém quer amor/amor, tal pessoa quer Deus, mesmo que não saiba.
Assim é que João, um dos apóstolos de Jesus, já idoso, mais ou menos aos 90 anos de idade, resumiu tudo o que de Deus em Cristo Jesus aprendeu e apreendeu, apenas dizendo:

Deus é amor. Quem ama é nascido de Deus e naturalmente conhece a Deus. Mas como Deus é amor e tanto Deus quanto o amor são invisíveis e inconfináveis, o único modo de se expressar o amor a Deus e à tudo quanto seja Vida em Deus, é amando o próximo e a toda a criação do Criador/Pai.
Desse modo é que se pode dizer que se Deus tem uma religião, ela tem apenas Um Dógma: amor segundo Deus.

Ora, o amor segundo Deus é entrega. Para Deus amar é dar vida e até a própria vida!
Entretanto, esse amar/dar/vida só se torna significativo no encontro do homem com outro humano ou com outra criatura, ainda que menor supostamente na percepção do existente.
O homem não tem como amar a Deus sem ser atraves do próximo!
Eu só expresso amor se minha vida for uma dádiva ao mundo no qual eu habito; seja esse mundo do tamanho que seja; grande ou pequeno; ou mesmo ínfimo.
Não adianta amar o Infinito se não se ama o finito!

O amor ao Infinito só é possível aos humanos como amor ao finito!

Afinal, de acordo com o espírito do Evangelho, quem não ama o pequeno, não ama o grande, assim como quem não é fiel no pouco, não é fiel no muito.
Desse modo se reconhece um filho de Deus: pela sua existência em estado de entrega ao amor como serviço sincero aos vivos e à vida.

E para que isto aconteça basta que a pessoa se dê em amor onde quer que esteja!
Em certas pessoas isto só acontece quando são chocadas pela pregação do Evangelho e se convertem. Há outras, todavia, que nunca tiveram essa informação, mas cresceram segundo o caráter dela, da informação. Com certeza apenas por causa de um segredo de Deus inexplicavelmente falado no silêncio de seus corações sinceros. Esses são os filhos de Deus que os religiosos insistem em chamar de "criaturas" de Deus, a fim de diferenciar um humano do outro; ou seja: o religioso do não religioso, ou do indiferente à religião.
O Pai, no entanto, sabe quem são os Seus filhos apenas e tão somente pela prática da fé que atua pelo amor, mesmo que tal fé na vida em amor não decorra de um ensino direto do corpo organizado do Evangelho.

Ora, isto é tudo que os "crentes" não gostam, ou mesmo abominam. Sim, pois tal liberdade de Deus lhes mata o discurso de "poder e detenção" da verdade e de sua aplicação "conquistadora" na existência do próximo.

Foi por esta razão que alguns entenderam no passado que a igreja -- como ente social e visível -- tem a muitos que Deus não tem; ao mesmo tempo em Deus tem muitos que a igreja não permite entrar.
Ou seja: a igreja pode estar cheia de gente sem Deus, enquanto Deus é Deus de muita gente sem "igreja"!

Nele, porém, todos os que são do amor, são da Igreja!
Nele, do mesmo modo, todos os que não são do amor, não são Dele; ainda que tenham igreja entre os homens.

É esta realidade prática do amor como confissão encarnada da fé que os "crentes" abominam; pois é melhor dizer que se crê num corpo de doutrinas do que entregar o corpo/ser para ser a encarnação do dogma de Deus: o amor.
Se o Evangelho não produz esse fruto em mim, saiba: é porque em mim o Evangelho de Deus não habita... ainda.

sábado, 28 de setembro de 2013




SOMENTE EM CRISTO DEUS PODE SER DISCERNIDO COMO AMOR


Não é possível conhecer a Deus em um vínculo de confiança sem iluminação da Graça.

Na Natureza... em toda a sua grandeza e maravilha... se pode conhecer — pelas impressões causadas pela beleza, pela harmonia, pela complexidade simples, pelo estranho testemunho do Existir das coisas — a certeza de que Deus é impossivelmente necessário ao sentido do Universo.

Porém, pela Natureza, chega-se apenas ao “crer em Deus” como Algo, não como Alguém que é Amor.

A Natureza dá testemunho esmagador de Deus como Necessidade ao Sentido do Existir. Mas dificilmente alguém vai além disso...

Por isto as crenças em Deus que não vêm da Revelação de Deus sobre Si mesmo não passam do Fato/Fator/Deus.

Sim, pois como aos sentidos humanos a Natureza parece ser Impessoal, o máximo que se depreende de tal encontro com Deus na Natureza leva a mente humana ao mais puro budismo, mas não cria a consciência de que Deus é Pessoa, é amor.

Como diz Paulo em Romanos 1 [...] a Natureza tem o poder de acabar com a idolatria de si mesma quando se a percebe como criação divina. No entanto, tal percepção não enternece ninguém, sem uma revelação adicional e pessoal, ao ponto de conduzir alguém a um vinculo com o Alguém/Amor.

Daí a revelação de Deus aos Hebreus ter sido tão especial e divina. Sim, pois onde quer que a divindade seja uma pessoa, em geral surge o politeísmo como decorrência da pessoalidade do divino.

Um só Deus e que seja também Pessoa absolutamente Única e Amorosa em Verdade e Justiça Misericordiosa e Imparcial, somente nos alcança se algo para além de nós mesmos se manifestar.

Do contrario, na ideia da divindade pessoal surge a pluralidade que decorre da projeção das nossas pessoalidades, e, assim, Deus se torna deuses...

Sem a revelação de Deus sobre Si mesmo, toda ideia humana sobre um deus/pessoa conduz invariavelmente à idolatria das pessoalidades tão múltiplas quanto as nossas projeções dos humanos, surgindo assim os deuses de projeções de pessoalidades.

Daí tais deuses serem sempre iguais a nós, carregando nossas ambiguidades e ambivalências...

Quando chegamos a Jesus — Eu e o Pai somos um — temos algo tão para além da compreensão..., que não nos é possível compreender por meios próprios. Sim, por todas as razões DEUS EM CRISTO é um absurdo, mas, sobretudo, pelo fato que Esse que Encarna Deus, Ama com uma paixão sem romance; ama em espírito, a tal ponto que Nietzsche disse ter lido os Evangelhos e não ter encontrado alma humana em Jesus, posto que buscasse também a projeção do humano, conforme ele, Nietzsche, entendia o homem a partir de si mesmo...; e, por tal olhar, ele não encontrou em Jesus o que julgasse que seria uma alma, ou seja: a passionalidade e a parcialidade do amor conforme nos humanos.

Entretanto, até mesmo olhando para o Jesus da História, não se encontra Deus, mas a beleza do Homem, do Filho do Homem.

É a revelação direta do próprio Deus ao coração humano, de modo a não ser explicado, o que pode trazer-nos ao entendimento que transcende as lógicas, e, assim, gerar a certeza de que Deus estava em Cristo.

Sim, somente assim Jesus vai além do Filho do Homem e chega a ser para o homem o Filho de Deus, na perspectiva de que o Pai e o Filho são Um.

Entretanto, crer no Filho do Homem, segundo Jesus, põe aquele que assim veja a Jesus [...] no Caminho de abraçar o amor de Deus no amor que devote aos humanos, e que fará aquele que assim haja na vida um dia ouvir: “Entre, bendito do meu Pai, pois tive fome e me deste de comer”...

Nesse caso, a imanência de Deus no Filho do Homem leva o homem a transcender na pratica da imanência do amor do homem pelo homem, na vida.

Quando, porém, se discerne Deus em Cristo, se transcende num nível de consciência e deliberação lúcida que gera intimidade relacional com Deus.

Assim, sem humanidade de Encarnação, é impossível aos humanos discernirem qualquer coisa do amor de Deus na perspectiva de que Deus é Amor.

Sim, pois mesmo na Antiga Aliança, a ênfase não era no amor de Deus, mas sim na Sua Justiça e Verdade.

É em Cristo Jesus que Deus é Amor, e tudo mais decorre desse Amor!

É também no mistério da fusão de Deus no Filho do Homem e no Filho de Deus, que Deus é amor para nós, e sem lugar para a idolatria, por mais próximo do humano que tal fato faça Deus se tornar.

É a revelação da Absoluta Singularidade de Jesus o que acaba com a idolatria.

sábado, 20 de julho de 2013




CULPA E MEDO X GRAÇA E PAZ

A culpa habita a essência humana.
A força que moveu a humanidade, mais que qualquer outra, foi a culpa.
A culpa vem da primeira transgressão.
Uma coisa é conhecer uma Lei—“Da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal não comerás; pois se dela comeres, morrendo, morrerás”. Outra é conhecê-la como transgressão.

O Conhecimento Informativo não gerou culpa, nem vergonha, nem medo, nem fuga.
Mas quando o “fruto” foi comido, tendo antes aberto o apetite de modo alienígena...era como o gosto de “pular a cerca”...despertando também os sentidos estéticos...pois o fruto era belo de se ver...e criando uma ambição de auto-divinização...ser como Deus...conhecedor do Bem e do Mal...ah!...então, veio o conhecimento da Lei...e tal conhecimento é sempre experiencial.

Somente a transgressão à Lei dá conhecimento dela, pois a Lei só se faz conhecer como culpa ou medo.
É dessa culpa essencial que procedem todas as neuroses humanas.
E como o sexo é o clímax de toda experiência sensorial que os humanos podem ter...então, ele foi o ponto de convergência de quase todas as neuroses.
“Vendo que estavam nus, fizeram para si coberturas...cintas de folhas de figueira”—foi como a culpa primeiro se expressou: como negação do prazer.
O bem virou mal.
O mal virou bem.
Houve uma inversão.

O mais belo se tornou o mais feio; e o mais digno se transmudou em vergonha; e o grito de gratidão pelo prazer—“Esta afinal é minha carne!”—passou a ser algo acerca do que a alma precisava se dês-culpar...e se ter muita parcimônia.

Assim a vida humana é culpa...
Culpa de ter nascido...
Culpa de gostar do que se diz que não se deve gostar...
Culpa de amar a quem está proibido...
Culpa de ser amado e não corresponder...
Culpa por não se fazer amar...
Culpa por não ter conseguido chamar de amor àquilo que um dia se pensou que era...
Culpa de não ser compreendido...
Culpa de ter gerado filhos...e não conseguir controlar os seus destinos...
Culpa de possuir...
Culpa por não conseguir possuir...
Culpa de não ter sucesso...
Culpa de ter sucesso...
Culpa de se ser feliz...
Culpa de ser infeliz...
Culpa de não alcançar as expectativas projetadas...
Culpa da honra, da desonra, da cobiça, do poder, da fraqueza, do desejo, da inapetência, do orgulho, da cobiça, da falência, culpa...de ser.
É da culpa que vem todo o resto...vergonha, medo, fuga e, sobretudo, o medo-fobia da morte.
Culpa e Medo são a antítese de Graça e Paz!

A psicanálise pode ajudar muito no problema da culpa, identificando-a como neurose e ajudando o indivíduo a diminuir a carga de seu existir...
Mas somente quando se toma consciência de que Jesus se fez pecado, culpa e vergonha por nós...é que se está no caminho da libertação da culpa...a fim de que se vá aprendendo a viver sem ela...até que se entre na Paz.

A psicanálise faz o melhor caminho que a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal pode fazer com os recursos que a ela estão disponíveis no Éden...
Digo, quase todos os recursos, pois há um, o único, que a psicanálise não pode ainda perceber...ou o percebe...mas o simboliza demais, esvaziando assim o seu poder real e eficaz.

No Éden Deus cobriu o homem e a mulher com vestes de pele de um animal...roupas de sangue...sangue de outrem.
Freud não era o segundo Adão!

Somente no Segundo Adão, e em Sua obra Consumada aos olhos do Criador quando se fez pecado por nós, é que a culpa pode cessar por completo.
Somente quem crê que Deus aceitou como Consumado tudo o que o homem devia a Ele; e crê que o Primeiro Crente é Deus, pois Ele creu no Sacrifício de Cristo; e crê que se Deus Aceitou a Cristo, então quem o aceita, aceita aquilo e Aquele que por Deus foi aceito no lugar de todos os homens—Sim, somente este ser humano vai começar a entrar na Paz!

Aos olhos de Deus o pecado foi aniquilado na Cruz, conforme a Epístola aos Hebreus.
Os pecados que faziam separação entre nós e Deus foram de todo removidos.
Por isto, todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo.
Ora, essa salvação não é apenas um passaporte para a eternidade. Ela é sobretudo uma certidão de libertação da culpa, da vergonha e do medo...inclusive o medo da morte.

É sem culpa que nós temos que tratar dos nossos pecados. Pois com culpa apenas os aumentaremos e os fixaremos mais profundamente em nós...como “pecados próprios”.
Eu preciso não ter pecado para começar a pecar cada vez menos!
Somente aquele para quem toda condenação já foi cancelada é que pode começar a andar de modo a não se condenar tanto...e assim, pecar menos, pois a condenação apenas nos faz pecar mais e mais...
Santidade é o estado de todo pecador que vive sem culpa, por que creu na Graça que é maior que a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.

Esses, os que assim creram, desistiram da tal Árvore exatamente no momento em que admitiram que a salvação é pela fé.
Inverte-se a ordem gnóstica.
Não é o Conhecimento que gera a Fé. É a Fé que gera um Conhecimento em Fé, que é um Conhecimento que se assume como Fé na Graça, e que se entende como sendo também Graça...e não auto-desenvolvimento.
Aqui está a esperança para se crescer para além de todas as neuroses...embora este seja um caminho estreito...e poucos acertam com ele.

Ele é estreito para o Conhecimento, mas é tão largo quanto a Fé; isto para quem crê!
Quem crê não será confundido...nunca mais!

quarta-feira, 5 de junho de 2013








SERÁ QUE DEUS SENTE SAUDADES DOS DINOSSAUROS?

Raramente vi ou vejo alguém questionando a existência do homem.
Parece que é normal que haja o homem; e que um Universo sem homem seja um nada; e que tudo quanto tenha havido antes do homem não teve sentido; ou que tudo o que venha a existir depois dele — caso o homem aqui não esteja ou não mais seja — também exista sem significado.

Sim! Para o homem, até Deus sem o homem não tem sentido, posto que quem dê de fato — na visão mais honesta do homem — significado a Deus, seja o próprio homem.

Ora, se até Deus precisa se fazer Significativo em razão do homem, pois, entre Dinossauros a Existência Divina devia ser um porre — então, havia anjos, mas, na visão dos homens, os anjos eram uns seres de aplauso, umas criaturas de contemplação, um auditório universal, um Estádio lotado para ver a glória.
Os anjos seriam um solene e divinamente robótico cordão de puxa-sacos eternos.

Assim, com o homem, com sua divina criação, Deus se torna adulto e ganha Sentido. Porém, sem homem, Deus é um desperdício.
É isto que os homens devotos sentem; e é isto, por exemplo, que o Cristianismo ensina, ainda que com bela e invertidas palavras, mas que transmitem este espírito por mim aqui descrito até aqui.

Então, como o Deus de Deus é mesmo o homem, surge a Teologia [a Filosofia, a Psicologia, e todas as Ciências vieram como decorrência], sendo que durante os últimos 1700 anos a Teo-logia, o estudo de Deus, era quem tinha o Direito Canônico de dizer como Deus ficaria melhor frente às novas demandas dos tempos, conforme a necessidade humana, ou dos reis, ou dos políticos, ou, sobretudo, conforme a necessidade de mutação de Deus de acordo com o capricho ou a ganância da “igreja”.
Então, com tamanho poder humano, Deus vai sendo redefinido pelo homem.

Deus gosta de ritos, dizem os sacerdotes. Mas não existem anjos.
Deus gosta de disciplina e moral, mas detesta gente que não tome banho antes de dormir.
Deus ama quem socorre aos pobres, mas acha tolice ficar fazendo orações.
Deus só se revela a quem sabe ler, pois, afinal, a Bíblia é a escrita Palavra de Deus.
Deus sabe quem vai se salvar e quem vai se perder, por isso é que ele me fez nascer no Ocidente da Terra, pra não perder tempo.
Deus não vão perder tempo com tudo, por isto Ele deixa uns mortos de boa vontade vagando pelo mundo, para ajudar os que precisam.
Deus é poderoso demais para precisar de anjos, por isto, anjos não existem.
Deus não vai ser injusto comigo, que neguei todos os meus desejos e volúpias, e no final salvar a todo o homem. Por mim o inferno tem que existir cheio dos outros que não fizeram como eu.

Se a gente for ver o que define a maioria das convicções das pessoas sobre Deus, o que sobrará é basicamente o seguinte:
Deus é a melhor conveniência do culto do homem a si mesmo, usando a idéia de Deus apenas para dar a si mesmo a segurança do Deus que, sem o homem e sem ser para o homem, não teria nenhum significado.

É um Deus quantificado...

Por isso a maioria diz com toda pureza que “crê muito em Deus”.
Ora, esse era o “Deus” que Nietzsche disse que morrera.
Mas, infelizmente não morreu ainda...
Aliás, esse Deus somente morrerá quando Jesus voltar.
Até lá, enquanto o homem se achar o Significador da Existência, 

Deus existirá como concessão do homem, que dá a Deus o poder de ser o Todo-Poderoso que era Quem era, mas que não tinha o que fazer antes de haver homem.
Assim, o homem é o Personal de Deus!

terça-feira, 21 de maio de 2013






MISTICOS MATERIALISTAS E SADUCEUS PÓS-MODERNOS!

Lamento muito o fato que para a maioria dos cristãos a fé é apenas uma crença moral e comportamental, de um lado; e, de outro lado, apenas um poder mágico, mediante o qual se pode conseguir coisas, bens materiais e proteção contra a magia, ou ainda poder para subjugar inimigos.

Para a maior parte dos crentes a fé foi reduzida a tais coisas!

Todavia, a fé como relação com Deus, como meio de agradá-Lo, como sustento do espírito na existência, como fidelidade, como poder que atua pelo amor, como constrangimento de amor no coração que cresce em devoção, como conforto e proteção [sem magia], como confiança no cuidado do Pai, como poder que brota do intimo para ser no mundo, como expressão da consciência de Deus em nós; e como olhar existencial que nos conduz a perseverarmos e mesmo nos gloriarmos nas tribulações; e mais: que nos deixa antever a glória de Deus por vir a ser revelada plenamente em nossas vidas — sim, tal e tais perspectivas da fé estão praticamente mortas nos corações dos cristãos de hoje.

Com isto sucumbiu também a fé como poder/privilégio de perdoar, de não odiar, de não se vingar, de crer na justiça de Deus ao seu tempo..., etc.

Além disso, também com tal perversão da fé faleceu a esperança que se alimenta da eternidade, e que tem no por vir seu gozo fomentador de alegria hoje, posto que somente por tal percepção já se possa tratar a morte como morta na existência de todo aquele que crê.

Desapareceu também a fé como resposta-em-si-mesma aos absurdos calamitosos da existência, posto que agora, como a fé é poder mágico de proteção, é apólice de seguro, é garantia de quenada sentido como mal jamais nos abata, qualquer coisa que nos venha com tais desenhos catastróficos abala o que se chama de fé.

Esta é a morte da fé que se vê nos templos lotados de gente que paga pela crença pagã de que fé seja um poder sem mistério, sem silencio..., mas, ao contrário, sempre com respostas desejadas, sempre com explicações e com resultados aferíveis como bens de consumo e como garantias especiais contra os fatos absurdos da existência.

Neste aspecto, a Religião Islâmica não fanatizada oferece princípios mais cristãos aos seus crentes do que o atual Cristianismo misticamente materialista e historicamente saduceu que se instalou entre nós.

Isto porque um lado inteiro do Cristianismo está governado pelo misticismo materialista, que é aquele que crê em poderes espirituais, mas apenas para as guerras do aqui e do agora. De outro lado, entre as confissões históricas, o que prevalece é a fé como ética, culto, rito, comportamento, conduta, ao modo saduceu de ser... — porém, sem o casamento como os poderes do mundo vindouro, sem o gozo da eternidade, sem o poder do Espírito, sem o Cristo vivo, sem a consolação sublime, sem a experiência da real presença de Deus na vida.

Este é o espírito presente nas crenças práticas da maioria dos cristãos. E, por tais crenças, saiba-se: o Evangelho como poder de Deus ficará dia a dia mais morto nos corações humanos e nas casas de culto sem Deus.

Somente tal constatação, seguida de uma determinação radical de abandonarmos todos os nossos pressupostos, e que nos levasse de volta a leitura com fé simples nos evangelhos e no que Jesus e os apóstolos chamaram de fé, é o que poderia ainda nos salvar do paganismo cristão que levou a quase todos de roldão.

Para mim este é um dos sinais mais gritantes dos fins dos tempos, especialmente numa época em que nãos nos faltam Bíblias e nem acesso a informação da Palavra; posto que tal calamidade não decorra de ignorância apenas, mas, sobretudo, da escolha.

Digo a mesma coisa mais uma vez, sempre com a mesma oração de que alguém ainda entenda, veja, discirna, escute e se converta!

sábado, 13 de abril de 2013







LIMPA O MEU OLHAR!

Um olhar condicionado é determinado pela escravidão a algo que não deixa ver! O problema é que o que condiciona o olhar é o próprio olhar.

O olhar, portanto é o mestre ou o algoz do próprio olhar, isso porque há um olhar que antecede ao olhar que vê, falo do olhar que não usa os olhos mais interpreta a vida, falo do olhar que todo ser humano tem mesmo quando fica cego.

Olhar é interpretar, entretanto há um olhar que precede o interpretar, que olhar é esse?
Ora é o olhar do meu ser acerca de mim mesmo, pois eu não vejo mundo algum a não ser que veja a partir do meu ser, talvez seja por isso que Jesus disse que os olhos são a lâmpada do corpo, o olhar do meu corpo não tem que iluminar o mundo com luzes e falsificação, o olhar do meu ser somente será iluminado se antes me iluminar.

O meu olhar não tem que iluminar o mundo, mas tem que me iluminar!

Pois de acordo com Jesus é o olhar da alma que determina a nossa condição de luz ou de trevas, portanto temos que olhar para a vida de forma simples e singela, para que o nosso olhar seja bom e verdadeiro.
Temos de olhar para a vida com um coração puro e altruísta, condescendente, o qual se sensibiliza com as mazelas de uma sociedade carente do "Amor de Deus".

Temos de olhar para vida não com o olhar da madrasta de Branca de Neve, que todos os dias ia para frente do espelho apenas para reafirmar seu narcisismo doentio de ser a mulher mais bonita do reino, temos que olhar para o espelho com o intuito de autoanalisarmos as quatro janelas de Johari, por que elas reproduzem o nosso comportamento de forma subjetiva:



Conhecidos por mim
Desconhecidos por mim


Conhecidos pelos outros
Zona Livre ou Pública
Zona Cega

Eu Aberto
Eu Cego



Desconhecidos pelos
Zona Secreta ou Privada
Zona Desconhecida
outros
Eu Secreto
Eu Desconhecido

Logo a visão apresentada por Joseph Luft e Harry Ingham das áreas de personalidade, ou seja, a Janela de Johari (Eu Aberto, Eu Cego, Eu Secreto e Eu Desconhecido), expõe as relações interpessoais e fundamenta a importância da observação do comportamento próprio e dos de outras pessoas. É o “dar-se conta” de como agimos para melhorar a qualidade dos nossos relacionamentos a partir de uma mudança comportamental.

Lembre-se que o espelho é um parâmetro de mensuração, que avalia o nosso comportamento, ele tanto pode dizer que você é o melhor, ou dizer que existem pessoas melhores do que você.
No entanto nem todos estão aptos para ouvir, que a menina Branca de Neve é a mais bela do reino.

Pense nisso!  








terça-feira, 19 de março de 2013



24 HORAS

A série estadunidense de televisão 24 Horas foi estrelada por Kiefer Sutherland, o qual viveu o personagem Jack Bauer um agente da Unidade Contra Terrorista. Cada temporada de 24 episódios cobre 24 horas de um dia da vida de Bauer, usando o método da narração em tempo real.

Esta série coloca o personagem Jack Bauer em várias situações inusitadas onde o agente tem um prazo de 24 Horas para resolver os casos da série. Assim como Jack Bauer temos 24 Horas, para enfrentarmos de frente nossos problemas, e identificar as ameaças que nos rodeiam, e a estabelecer metas, para não perdermos o foco, pois há vários inimigos travestidos de amigos com o qual convivemos sem saber.

Lembro-me de um episódio onde Jack Bauer descobre que existe infiltrado na agencia um agente duplo, não há nada mais desprezível do que a duplicidade, visto que ela carrega consigo o karma da comiseração, a qual não passa de ufania daquele que expressa o sentimento de piedade.  Alias toda pessoa dupla finge conviver de forma harmônica com seu inimigo apenas para descobrir seus pontos fracos e destruí-lo.

Todos os dias tinha o costume de ouvir os casos contados pelo Gil Gomes um espetacular repórter policial, e em razão do tema deste artigo senti o desejo de contar o caso de uma mulher, cujo nome fictício era Ana Júlia, que não conseguia parar em nenhum emprego, e nem ter um relacionamento que durasse mais de dois meses. O mais intrigante dessa história é que todos os namorados de Ana Júlia ao terminarem o relacionamento diziam que ela não prestava e que ela era uma pessoa desprezível. Ana Júlia ficava desolada, e logo buscava consolo no colo de sua mãe, a qual lhe dava vários doces para ela esquecer as mágoas.

O tempo passou e num determina dia Ana Júlia conheceu um rapaz, foi uma paixão avassaladora, e em menos de três meses eles se casaram, e a vida dela deu uma virada fantástica, mas certo dia o seu marido chega até ela e pergunta o que a mãe dela tinha contra ela, pois só vivia falando mal dela. Ana Júlia foi questionar a sua mãe sobre o que estava acontecendo para ela falar mal dela, sua mãe disse que a detestava, pois ela não era sua filha, e sim de outra mulher com a qual o pai dela havia tido um caso, e por isso ela não a suportava, mais a criou pelo fato de não poder ter filhos, e por imposição do marido.  

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013





DESTINADO A MORRER


Quando chega a época de o salmão desovar, este peixe de água salgada volta à nascente do rio onde nasceu. Para subir o rio o salmão passa por uma transformação radical: seu crânio tem o perfil alterado para enfrentar a forte correnteza contrária e seu sistema respiratório muda completamente, para poder extrair o oxigênio da água doce, e não da água do mar onde vivia. Nada consegue fazer um salmão mudar de ideia e voltar para mar. Você pode virá-lo que ele imediatamente dará meia-volta e continuará a subir o rio para desovar e morrer. Nenhum deles escapa desta última viagem.

Que exemplo magnífico da disposição de Jesus neste momento do evangelho! “Aproximando-se o tempo em que seria elevado ao céu, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém” Lc 9:51). Outra tradução diz que ele “manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém”. Para quê? Para morrer.

Talvez você esteja entre os que pensam que Jesus foi um grande homem que deixou o exemplo de como você deve viver para receber a salvação eterna e o perdão dos pecados. É ótimo que queira imitar a Jesus, mas não se esqueça de que ele é o Filho de Deus, uma Pessoa divina, eterna, sem começo e nem fim, que viveu aqui absolutamente sem pecado e sem a possibilidade de pecar. Como imitar o próprio Deus sendo você um ser humano cheio de falhas? Não tem como. Você e eu fazemos parte de uma velha criação que foi arruinada pelo pecado.

O que faz um oleiro, quando seu vaso sai defeituoso? Destrói aquele e faz outro. Não é diferente com Deus. Sua criação original foi corrompida pelo pecado ao ponto de não ter conserto, por isso Deus a condenou à destruição. O problema é que ele quer poupar os seres humanos, e é aí que entra o Filho de Deus. Ao vir a este mundo em semelhança de homem, Jesus tornou-se o exemplar perfeito da criação original de Deus; o homem obediente e submisso que Adão deveria ter sido, mas não foi. Porém, por mais perfeito que Jesus tenha sido como exemplo de homem perfeito, não foi para isto que ele veio ao mundo.

Na cruz ele morreu como o único sacrifício pelos pecados, substituindo você no juízo divino. “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Co 5:21). Ele morreu também para Deus colocar um fim no homem em seu estado original, o da velha criação. É por isso que neste ponto do evangelho vemos Jesus com o firme propósito de ir a Jerusalém, tal qual o salmão, que instintivamente sabe que se não morrer não deixará descendência. Jesus sabe que é como o grão de trigo: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12:24). Nada o deterá em sua jornada até a cruz.

sábado, 2 de fevereiro de 2013



OS DIFERENTES TIPOS DE MÁSCARAS

As máscaras foram várias vezes usadas pelas pessoas como passaportes para mundos imaginários, como um meio de transmissão de histórias e como uma explicação de fatos naturais inexplicáveis.

Na África, as máscaras foram criadas pelos artistas das tribos e usadas em ritos religiosos. Essas máscaras não representavam faces normais, mas sim exageradas. Normalmente era de madeira, cobre ou marfim.

No Antigo Egito as máscaras eram usadas em sacrifícios cerimoniais. As múmias eram mascaradas antes do enterro com máscaras adornadas de pedras preciosas.

Os Esquimós no Alaska acreditavam que cada criatura tinha uma dupla existência e podia mudar para a forma de um ser humano ou animal, bastando querer. Assim, as máscaras Esquimós eram, normalmente, feitas com duas faces - uma de um animal e outra de um humano. Em certas fases de algumas cerimónias festivas, a máscara exterior era levantada, expondo a outra máscara.

Os nativos americanos na parte noroeste dos Estados Unidos usavam máscaras numa cerimónia anual em que choravam os mortos. Os homens representavam os fantasmas dos mortos com máscaras pintadas e decoradas com penas e ervas.

Os nativos americanos do sudoeste dos Estados Unidos, os Hopi e Zuni entre outros, usando novamente máscaras para adorar os seus mortos.

No Brasil, as tribos primitivas faziam e usavam máscaras representando animais, aves e insetos.

Na Ásia, as máscaras eram também usadas para cerimónias religiosas e, mais tarde, para funções sociais tais como casamentos e diversos divertimentos.

As máscaras eram usadas na antiga Grécia e Roma para festivais e teatros. Foi onde começou o uso das máscaras para fins artísticos. Com o fim da antiga civilização Romana, as máscaras caíram em desuso. Os primeiros Cristãos atribuíram o uso de máscaras a cultos pagãos, tornando-as quase ilegais.

O novo uso das máscaras na América veio com o fluxo de imigrantes da Europa, principalmente como brinquedos das crianças e para bailes e celebrações mascaradas como o famoso Mardi Gras.

A história das mascaras é de fato muito interessante, visto que até me lembrei de Stanley o personagem principal do filme O Máskara, um bancário, tímido, o qual é apaixonado pela sua colega de serviço.


O jovem bancário vive uma vida melancólica, e é o estereotipo do fracasso, mas quando coloca a máscara torna-se um sujeito alegre, brincalhão,            e destemido, visto que  a máscara liberta o verdadeiro potencial do jovem.
Assim como Stanley também coloco a máscara da alegria, da felicidade, do sorriso, mas quando estou triste coloco a máscara da tristeza, das lágrimas, e da dor.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013






ABRINDO O CORAÇÃO DO LIVRO DE JÓ


O livro de Jó sempre me encantou. Nele até as heresias soam verdadeiras. Ele é poético, daí o problema, pois, a poesia sempre traz consigo o poder de convencer, ou, pelo menos, de nos fazer respeitar mesmo que seja a verdade besuntada de mentira.

Esta pode ser uma das razões do Livro de Jó ser tão mal percebido. Ele é tão poético que em suas falas entremeiam-se verdades e mentiras, numa oscilação que vai da mentira-mentira à mentira-verdade e da verdade-mentira à verdade-verdade, o que confunde a percepção objetiva.

E não seria isto parte da risada de Deus sobre a nossa presunção?

A fim de dar a você algumas simples “entradas” ao texto, quero que você preste atenção, nas quatro diferenciações que vêm a seguir:

1. A mentira-mentira é o engano em si, só sendo aproximadamente projetável em plenitude-simbólica na figura de Satanás. A verdade é, todavia, que nem Satanás conhece totalmente o próprio engano, pois, até mesmo para se ser o Enganador é preciso que tenha havido nesse ser um mínimo de autoengano inicial, e que veio, posteriormente, a tornar-se engano consciente e assumido como finalidade dessa malévola existência pessoal. A verdade sobre a mentira é a seguinte: somente Deus conhece o que é o engano! Nenhuma de Suas criaturas chegou até ao abismo do Abismo. Há um limite para as criaturas até no Abismo. E o limite do Abismo é o abismo do Mistério de Deus, que nenhuma de Suas criaturas jamais conheceu ou conhecerá em plenitude. Conhecer a Deus é o orgasmo infinito do ser!

2. A mentira-verdade é a mentira maquiada de realidades da vida aplicadas fora do contexto, o que acontece todos os dias nas mínimas coisas do nosso cotidiano, e, aparece, insistentemente, de vez em quando, até mesmo no modo como nos defendemos, escudando-nos à sombra de correções exteriores que encobrem nossas verdades negativas. Então adoecemos na alma, pois, quanto mais moralmente cristão é o consciente humano, mais tragicamente pagão, torna-se o seu inconsciente.

3. A verdade-mentira é a manipulação da verdade. Todo uso da verdade a corrompe, tira dela a verdade-de-ser, pois, ela já vem carregada com as finalidades e utilidades que a ela atribuímos, de acordo com a conveniência do momento. É a verdade para o consumo, é produto da arte de falar de Deus e da vida no palco das falsas impressões.

4. A verdade-verdade é aquela que só é possível se a procedência for à boca de Deus. Somente Deus conhece a verdade-verdade. É por isso que joio e trigo crescem juntos na Terra e não nos é possível distinguir um do outro com certeza. E toda tentativa de o fazer é mais danosa (joio é erva daninha), que existência do joio em si mesmo.

Há apenas uma coisa que os diferencia na Terra: o amor. Por esta razão, é muito mais provável que o joio é que tente arrancar o trigo do campo, que o trigo arrancar o joio de seu território. O trigo alimenta e traz vida. O joio se esconde e se aproveita dele, mas nunca perde uma oportunidade de se fazer passar por ele, e, eliminá-lo é sua melhor chance!

A questão é: o joio sabe que é joio? E o trigo sabe que é trigo? Quem o confessaria? Quem teria em si a verdade-verdade a ponto de enfrentar todos os enganos para se ver? Quem teria essa coragem? Certamente quem a possuísse não seria jamais um “joio-pleno”, pois “aquele que julga a si mesmo, não é julgado”.

O trigo sabe que é trigo? Mas se o sabe, não o alardeia com certeza que acuse a existência personificada do joio num outro ser humano. Antes, ao “cair na terra, morre; e dá muito fruto”. O joio não muda o curso da natureza do trigo, pois, o trigo só sabe ser trigo!

O poder do trigo é o fruto que dá e que se faz vida em si e em outros!
E por que introduzo esse meu livro sobre Jó falando acerca de tais subjetividades?

É que o livro de Jó é exatamente o retrato de todas essas quatro diferenciações. Ora, são essas diferenciações que podem descatastrofizar as nossas existências, sem que apelemos para as interpretações morais que excluem a história humana da Graça, e, pior: excluem a Graça de toda a história dos humanos!

Essa des-gracificação da Vida nos torna tão pagãos quanto todos os que tentam explicar o mal que acomete ao próximo sempre como paga pelo pecado.

Os cristãos ainda não se deram conta de que sua “teologia” da Graça não coincide com suas interpretações cotidianas do sofrimento humano e, muito menos, não retrata com realismo os fatos da vida. E assim, sem o saberem, tornam-se parte do fluxo religioso universal - a Teologia da Terra—, que entende a questão da dor e de tudo o que seja inexplicável, a partir de um encontro de contas exatas entre Deus e o homem, anulando, assim, a Graça.

Na Graça o “encontro de contas” acontece, mas quem paga a diferença contra o homem é Aquele que disse: “Está consumado!”

O problema é que aquelas quatro diferenciações não são formuláveis como categorias morais ou históricas visíveis.

Elas são valores e essências e só começam a ser por nós discernidos quando nossas existências chegam a conscientemente lidar com a Indisponibilidade de Deus na hora da perplexidade, e, sobretudo, com as interpretações que daí procedem.

Quando esse dia chega, só chega para nós! Ele é incompartilhável. Mesmo os “melhores amigos” correm o risco de pecar ao tentarem “entender esse dia” em nosso lugar.

O dia da perplexidade é sempre solitário. E nele todo gemido é verdade e toda verdade é gemido perplexo!

Uma vez dito isto, peço que você observe cada um desses quatro elementos na leitura do Livro de Jó, a saber: mentira-mentira; mentira-verdade; verdade-mentira; e verdade-verdade.

E mais: quero que você leia o texto de Jó transcrito da Bíblia e que é parte integral deste livro. Há pessoas que assumem que já conhecem o texto bíblico, e, portanto, não o lêem; perdendo, assim, a melhor chance que a leitura propicia, pois, chega carregada da iluminação que vem diretamente da meditação na Palavra de Deus.

Meditação, oração e submissão à revelação do Espírito Santo são os agentes que transformam a Bíblia Sagrada em Palavra de Deus em nossos corações!

Após cada bloco de leitura de Jó você achará um comentário meu. Leia-o com atenção. No rodapé de cada página você encontrará notas de esclarecimentos e outras referências bíblicas que o auxiliarão na melhor compreensão do que você lê. E, por último, trarei as minhas conclusões sobre a mensagem do livro como um todo.

Se você optar por ler apenas o texto maior e deixar de lado as demais contribuições que o livro dá a você, temo que você não entenda tudo o que lhe está sendo disponibilizado. É necessário, sobretudo, que você tenha paciência e leia tudo, conferindo, na sua Bíblia, a pertinência ou não do que aqui digo.

Caso você pare de ler o livro, ou caso você só leia o que nele lhe parecer mais fácil, não faça, por favor, comentários a respeito dele. Não poderei ter respeito por quem não conferir coisa com coisa antes de fazer seu próprio julgamento. E, assim dizendo, estou estimulando você a achar nele qualquer coisa que não seja completamente bíblica e coerente com a “tese cristã”.

Ou seja, eis aqui a confissão de fé que faço neste livro:

A Graça é dom de Deus, apropriado pela fé, que também é Graça , pois, é também dom de Deus; a qual se origina do trabalho do Espírito Santo na consciência-coração humano, pela revelação da Verdade , que é Cristo Jesus; o qual é o Princípio e o Fim—Alfa e Ômega—de toda relação de Deus com a criação e todas as criaturas, visto que Ele se-fez-foi-feito-em-si-mesmo o Cordeiro imolado antecipadamente pela culpa da criatura e de toda criação, antes da fundação do mundo; sendo que, entre os homens, Sua manifestação histórica se realizou na Sua encarnação, morte, ressurreição e ascensão acima de todas as coisas; e, foi Ele, o Cordeiro de Deus, quem estabeleceu que por Sua Graça se pode ter Vida; e, isto, não é tão somente algo que se manifesta dos céus para a terra, mas também entre os humanos na forma de duas tomadas de consciência: a primeira é que quem recebeu Graça não nega Graça, pois, quem foi perdoado tem que perdoar ; e, em segundo lugar, mediante a cessação dos julgamentos entre os homens, visto que, quem foi absolvido pela Graça de Cristo já não se oferece para ser juiz do próximo; antes pelo contrário, tal percepção induz a caminhar na prática das obras preparadas de antemão para que andássemos nelas, sendo sua maior expressão o amor com que devemos nos amar uns aos outros; e, sendo assim, para tais pessoas, guiadas pelo Espírito da Graça, a germinação de seus corações na fé em Jesus, gera o fruto do Espírito que torna toda Lei obsoleta e desnecessária para a consciência que recebeu a revelação do Evangelho. O resto é invenção humana para diminuir a Loucura da Cruz e o Escândalo da Graça.

Sabendo disto, então, faça o seguinte agora:

Ore e peça ao Espírito Santo que o ilumine e o esclareça! Faça-o com a certeza de que ao final sua mente estará vendo a sua própria dor de outra forma e a de seu próximo com reverência e silêncio solidário. E, então, seu coração vai se encher de amor e vida, o que libertará você de todo medo de ser e o fortalecerá para o prosseguimento da jornada que só cessa quando conquistarmos aquilo para o que fomos conquistados.

Quem assim faz não será condenado quando a Voz de Deus se manifestar no redemoinho.

O resultado final é que você dirá: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem”.