SERÁ QUE DEUS SENTE SAUDADES DOS DINOSSAUROS?
Raramente vi ou vejo alguém questionando a existência do homem.
Parece que é normal que haja o homem; e que um Universo sem homem seja um nada; e que tudo quanto tenha havido antes do homem não teve sentido; ou que tudo o que venha a existir depois dele — caso o homem aqui não esteja ou não mais seja — também exista sem significado.
Sim! Para o homem, até Deus sem o homem não tem sentido, posto que quem dê de fato — na visão mais honesta do homem — significado a Deus, seja o próprio homem.
Ora, se até Deus precisa se fazer Significativo em razão do homem, pois, entre Dinossauros a Existência Divina devia ser um porre — então, havia anjos, mas, na visão dos homens, os anjos eram uns seres de aplauso, umas criaturas de contemplação, um auditório universal, um Estádio lotado para ver a glória.
Os anjos seriam um solene e divinamente robótico cordão de puxa-sacos eternos.
Assim, com o homem, com sua divina criação, Deus se torna adulto e ganha Sentido. Porém, sem homem, Deus é um desperdício.
É isto que os homens devotos sentem; e é isto, por exemplo, que o Cristianismo ensina, ainda que com bela e invertidas palavras, mas que transmitem este espírito por mim aqui descrito até aqui.
Então, como o Deus de Deus é mesmo o homem, surge a Teologia [a Filosofia, a Psicologia, e todas as Ciências vieram como decorrência], sendo que durante os últimos 1700 anos a Teo-logia, o estudo de Deus, era quem tinha o Direito Canônico de dizer como Deus ficaria melhor frente às novas demandas dos tempos, conforme a necessidade humana, ou dos reis, ou dos políticos, ou, sobretudo, conforme a necessidade de mutação de Deus de acordo com o capricho ou a ganância da “igreja”.
Então, com tamanho poder humano, Deus vai sendo redefinido pelo homem.
Deus gosta de ritos, dizem os sacerdotes. Mas não existem anjos.
Deus gosta de disciplina e moral, mas detesta gente que não tome banho antes de dormir.
Deus ama quem socorre aos pobres, mas acha tolice ficar fazendo orações.
Deus só se revela a quem sabe ler, pois, afinal, a Bíblia é a escrita Palavra de Deus.
Deus sabe quem vai se salvar e quem vai se perder, por isso é que ele me fez nascer no Ocidente da Terra, pra não perder tempo.
Deus não vão perder tempo com tudo, por isto Ele deixa uns mortos de boa vontade vagando pelo mundo, para ajudar os que precisam.
Deus é poderoso demais para precisar de anjos, por isto, anjos não existem.
Deus não vai ser injusto comigo, que neguei todos os meus desejos e volúpias, e no final salvar a todo o homem. Por mim o inferno tem que existir cheio dos outros que não fizeram como eu.
Se a gente for ver o que define a maioria das convicções das pessoas sobre Deus, o que sobrará é basicamente o seguinte:
Deus é a melhor conveniência do culto do homem a si mesmo, usando a idéia de Deus apenas para dar a si mesmo a segurança do Deus que, sem o homem e sem ser para o homem, não teria nenhum significado.
É um Deus quantificado...
Por isso a maioria diz com toda pureza que “crê muito em Deus”.
Ora, esse era o “Deus” que Nietzsche disse que morrera.
Mas, infelizmente não morreu ainda...
Aliás, esse Deus somente morrerá quando Jesus voltar.
Até lá, enquanto o homem se achar o Significador da Existência,
Deus existirá como concessão do homem, que dá a Deus o poder de ser o Todo-Poderoso que era Quem era, mas que não tinha o que fazer antes de haver homem.
Assim, o homem é o Personal de Deus!