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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


10 profecias do fim do mundo que falharam

Hélio Pariz

Profecia do fim do mundo com data marcada é um fenômeno assim meio sazonal. Mal uma é desmascarada como falsa, surge outra no seu lugar. 

É um caso cíclico de lendas e mitos divulgados por pessoas que se acham iluminadas, mas não aprendem com os erros dos "profetas" que lhes antecederam.

Na edição de 20 de maio de 2011, ainda sob o impacto do "fim do mundo" que o pastor norteamericano Harold Camping havia previsto exatamente para aquele dia, a revista Time publicou a sua lista das 10 mais famosas profecias apocalípticas que falharam.

Curiosamente, todas as profecias têm em comum o sentido de urgência. Aguarda-se o apocalipse para muito breve, e todos devem proceder com a rapidez desejada para tanto, e, cá entre nós, faz tempo que a sabedoria popular diz que a pressa é inimiga da perfeição.
Agora, diante da perspectiva de mais um dia do fim do mundo fracassado, no caso hoje, 21/12/12, nada melhor do que relembrar aquela matéria da Time, com as devidas adaptações:

1) Os milleritas

Eles tomaram esse nome em função de terem seguido o pastor William Miller, a quem a revista Time chama de "provavelmente o mais famoso falso profeta da história".

Miller começou a pregar o fim do mundo no começo da década de 1840, dizendo que Jesus retornaria à Terra e o planeta arderia em fogo em algum ponto entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844.

A mensagem de Miller foi amplamente divulgada e cerca de 100.000 seguidores seus venderam tudo o que tinham e foram para as montanhas esperar o fim predito.

Entretanto, quando o período anunciado passou em brancas nuvens, Miller disse que havia cometido um "equívoco" nos cálculos, e marcou a nova data do fim do mundo para 22 de outubro de 1844. Novo fiasco.

Esse dia passou para a história americana como o "Dia da Grande Decepção", mas boa parte dos seguidores de Miller se reagrupou alguns anos depois sob o comando de Ellen G. White, vindo a formar a igreja adventista do sétimo dia, que manteve o dia 22/10/1844 como a sua peculiar doutrina do "juízo investigativo", em que Cristo teria retornado aos céus, ao Santo dos Santos, para terminar sua obra de expiação dos pecados.

2) Harold Camping, 1994 e 2011

O pastor americano é reincidente na triste função de falso profeta. Em 1992 ele já havia previsto a segunda volta de Cristo e o fim do mundo para alguma data em meados de setembro de 1994.

Depois que sua "profecia" fracassou, Harold Camping disse que estava triste mas isso não o incomodava nem um pouco.

O segundo fracasso de 2011, entretanto, parece que convenceu o frustrado pastor futurólogo a aposentar sua bola de cristal.

3) A profecia maia

Hoje, 21 de dezembro de 2012, é exatamente o dia em que o calendário maia termina, segundo algumas fontes.

Entretanto, existe uma grande controvérsia sobre se o calendário maia foi corretamente interpretado, o que não impediu que muita gente entrasse em pânico com a simples possibilidade de que ele pudesse estar certo.

De qualquer maneira, livros foram escritos, filmes foram produzidos e - como sempre - muito dinheiro se ganhou com o pânico gerado pela previsão midiática.

Sinal de que, diante do fracasso do apocalipse maia, novas profecias virão em seguida, a fim de que alguns espertalhões continuem ganhando muita grana às custas dos incautos.

4) William Branham

Também conhecido como "Irmão Branham", o pastor pentecostal estava numa de suas pregações públicas em 28/12/1963 no Estado do Arizona (EUA), quando uma "linda e misteriosa nuvem" teria deslizado pelo deserto.

William Branham então subiu à montanha Sunset, onde, segundo alegou posteriormente, teria se encontrado com sete anjos que revelaram a ele o significado dos sete selos do livro do Apocalipse.

Alguns dias depois, já no Tabernáculo Branham de Jeffersonvile (Indiana), o pastor pregou sete sermões por sete noites, explicando o significado dos selos e das sete visões que ele teria recebido, concluindo que Jesus retornaria à Terra em 1977.

Não houve tempo, entretanto, para que Branham visse sua previsão dar com os burros n'água, já que ele morreu na noite de Natal de 1965, seis dias após um motorista bêbado ter colidido seu carro com o do pastor.

5) Os anabatistas de Munster

Nos conturbados anos que se seguiram à Reforma Protestante, surgiram não só as igrejas reformadas tradicionais que conhecemos hoje em dia, mas várias seitas milenaristas e apocalípticas que incomodaram profundamente os próprios reformadores.

Entre os anabatistas não estavam somente "pessoas que batizam de novo", como a raiz grega do nome evoca, mas anarquistas e revolucionários de todo tipo que pregavam um mundo sem ordem e hierarquias enquanto aguardavam - para muito breve - o retorno de Cristo.

Na década de 1530, milhares de camponeses alemães tomaram a cidade de Munster, e ali ficaram entrincheirados numa espécie de sociedade protocomunista medieval, dizendo que Munster era a Nova Jerusalém, na qual esperavam a segunda vida de Jesus.

Entre eles estava Jan Bockelson, um alfaiate de origem holandesa, que se declarou o "messias dos últimos dias", virou polígamo, emitiu moedas que profetizavam o apocalipse urgentemente vindouro e dominou cruelmente toda a população de Munster.

O fim veio para Bockelson em 1535, quando a cidade foi tomada e a população dizimada pelas forças dos príncipes alemães. O detalhe tétrico é que há quem diga que os testículos de Bockelson foram pregados no portão de entrada de Munster.

6) Agonia do planeta de Hal Lindsey

Hal Lindsey é um pastor e escritor americano, nascido em 1929, que ficou muito conhecido nos anos 1970 por seu livro best seller "The Late, Great Planet Earth", traduzido no Brasil por "A Agonia do Grande Planeta Terra", publicado no Brasil pela Ed. Mundo Cristão.

Lindsey foi um dos grandes expoentes do dispensacionalismo (corrente teológica que divide a história do mundo em "eras" ou "dispensações" dos desígnios de Deus), e no livro em questão, tomando como base sobretudo o retorno do povo judeu a Israel algumas décadas antes, predisse que o mundo terminaria em alguma data pouco antes de 31 de dezembro de 1988.

Na esteira das previsões de Hal Lindsey, Edgar Whisenant publicou em 1988 o livro "88 Reasons Why the Rapture Will Be in 1988" ("88 Razões pelas quais o Arrebatamento Acontecerá em 1988"), que (como todo bom "fim do mundo") vendeu pra caramba, 4.500.000 de cópias, deixando seu autor envergonhado pela falsa profecia, mas com uma gordíssima conta bancária para afogar suas lágrimas de crocodilo.

Aliás, esse é outro detalhe curioso. Porque esses "profetas" gostam tanto de ganhar dinheiro com livros, vídeos, conferências e afins, se não vão ter tempo de gastá-lo?
Os ensinos de Lindsey continuam populares até hoje, já que a famosa série "Left Behind" ("Deixados para Trás"), de Tim LaHaye e Jerry Jenkins, continua vendendo muito bem, obrigado, e não é nada mais nada menos do que a oferta das mesmas ideias requentadas da agonia do planeta Terra da década de 1970.

Não vai tardar muito, portanto, para reaparecer uma "profecia do fim do mundo" nesses mesmos moldes. Dá grana!

7) O "bug" do milênio

Os mais jovens não se lembrarão disso, mas a maioria recordará o furor que tomou conta do mundo por ocasião da virada do ano 1999 para o ano 2000.

O temor de uma catástrofe mundial se baseava no fato de que a imensa maioria dos computadores de então, por uma questão de economia de equipamento, havia previsto apenas duas casas para designar o ano na data (o famoso campo Y2K).

Desta maneira, quando 1999 virasse para 2000, o risco era que, naquela meia-noite específica, os computadores de bancos, empresas aéreas, fornecedoras de serviços públicos, etc., entendessem que o mundo havia voltado a 1900 e alastrassem o caos pelo planeta.

Associe a esse dado tecnológico ao ditado popular "até 2000 chegarás, de 2000 não passarás" (que de bíblico não tem nada), e - pronto! - a confusão está estabelecida.
Apesar de todo o pânico prévio gerado pelo bug do milênio, nenhum incidente cibernético de monta foi registrado nos primeiros dias do ano 2000. Outro grande logro que também vendeu pra caramba...

8) O Ramo Davidiano

Depois de uma infância pra lá de problemática e passagens pelas igrejas batista e adventista, David Koresh (nascido oficialmente como Vernon Wayne Howell) se juntou em 1981 à seita Ramo Davidiano, um grupo dissidente dos adventistas que se formou na década de 1950.

A seita davidiana era baseada em Waco, no Estado do Texas (EUA), num rancho que eles denominaram de Monte Carmelo. Não demorou muito, entretanto, para que Koresh decidisse alçar, digamos, voos próprios.

Em 1983, ele se autoproclamou profeta, e após uma sucessão de intrigas dentro da seita, que incluíram assassinatos de líderes concorrentes, Koresh convenceu vários seguidores a se juntarem a ele no rancho em Waco para aguardar o fim do mundo.

Só que o fim do mundo, lamentavelmente, veio na forma de um cerco das autoridades americanas, que durou 50 dias e exterminou da face da Terra dezenas de seguidores de Koresh, além dele próprio e alguns policiais.

9) Testemunhas de Jeová

A seita faz de tudo para que o mundo esqueça que seu fundador, Charles Taze Russell, havia previsto o "retorno invisível" de Jesus em 1874, que "prepararia" a sua Segunda Vinda em 1914.

O início da Primeira Guerra Mundial neste ano, fez com que Russell decretasse o "fim da era dos gentios", o que se confirmou, na verdade, como mais uma previsão furada.

Ele morreria em 1918,  deixando aos seus sucessores a difícil tarefa de explicar por que o fim não chegou no ano previsto.

A solução destes foi apontar 1914 como aquele retorno invisível de Jesus que fora previsto para 1874 (data que seria posteriormente varrida pra debaixo do tapete).

Afinal, a Primeira Guerra Mundial era um evento importante demais para não ser aproveitado como evidência, já que - bem ou mal - eles haviam previsto alguma coisa estranha para aquele ano.

Só que as previsões para o fim do mundo não parariam por aí. O segundo presidente da Sociedade Torre de Vigia, Joseph Franklin Rutherford, faria ainda uma previsão para 1925, quando os profetas do Antigo Testamento seriam ressuscitados.

Para acomodá-los (fisicamente falando), ele construiu a casa conhecida como Beth Sarim ("Casa dos Príncipes"), e - já que felizmente ninguém viu Isaías e Jeremias andando por aí - depois de 1925 a "hospedaria profética" sem uso acabou se tornando sua própria residência, onde morreria em 1942.

Um novo fim do mundo seria ainda previsto para 1975. A Torre de Vigia alegava que a criação do homem completaria 6000 anos naquele ano específico. E como em uma semana cujos dias equivalem a 1000 anos (2ª Pedro 3:8), os próximos 1000 anos seriam uma espécie de "milênio sabático".

Mais uma vez a data passou em branco, e atualmente nenhuma testemunha de Jeová conhece tal previsão.

10) O incêndio londrino de 1666

O número 666, como a maioria das pessoas desconfia, tem um significado místico-cabalístico que transcende aquele registrado como "a marca da besta" no livro de Apocalipse (cap. 13, v. 18).

As pessoas até suspeitam que o número 666 tem alguma, digamos, "maldição embutida", embora nem sempre saibam exatamente a sua origem.

Imagine agora como se sentiam os europeus às vésperas do ano 1666, sobretudo no ano 1665, quando uma praga varreu 100.000 pessoas de Londres, matando 1/5 da população local à época.

Se já havia rumores de que o fim do mundo se aproximava, a praga só os reforçou, até que no dia 2 de setembro de 1666 um incêndio aparentemente inofensivo começou numa padaria da Pudding Lane e - rapidamente - se alastrou pela cidade, queimando 13.000 edifícios e dezenas de milhares de casas durante 3 dias do mais absoluto terror.

Apesar do pânico gerado (por motivos urgentes e reais, registre-se), quando o fogo baixou e as cinzas se assentaram, pouco menos de 10 pessoas morreram, e o fim do mundo foi adiado mais uma vez, exatamente como ocorre hoje, 21 de dezembro de 2012. 

Vamos ver qual é o próximo fim do mundo na fila... urgente!


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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Conheça a bíblia segundo amigo de Lúcifer






“No passar das claridades e escuridões (ninguém ainda inventara as horas) Adão se entediava. Depois de contar interminavelmente as folhas das palmeiras, começou a contar grãos de areia.” A passagem é de A Bíblia Segundo Beliel, novo livro de ficção do professor e pesquisador do programa de pós-graduação em Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/ USP), e colunista da RBA, Flávio Aguiar, que será lançado este mês, contando “da criação ao fim do mundo, como tudo de fato aconteceu”.

Ancorado nas tradições bíblicas, com o quê o autor trabalhou a maior parte da vida, o livro dá voz a personagens menos famosos do mais famoso livro do mundo, como a pomba solta por Noé para procurar terra firme, o escravo de Jó e o próprio Beliel, antigo anjo da virtude que, juntamente com Lúcifer, foi banido do reino dos céus.

O livro registra as teorias e previsões sobre o fim do mundo, como descrito no Apocalipse de São João Evangelista. No entanto, o autor não trabalha somente com previsões de origem religiosa, mas também aquelas de natureza científica ou histórica, como o aquecimento global.

A Bíblia segundo Beliel combina a leveza da chanchada com reflexões profundas e ousadas sobre temas como a religião, o fanatismo, a crença e a descrença, a opressão e a liberdade, a desigualdade e a justiça. E o amor como objetivo e possibilidade de redenção da humanidade. Da mesma forma em que fala do passado, a narrativa de A Bíblia segundo Beliel mira o futuro, nos levando a uma versão absolutamente fantástica do fim dos tempos e do destino da Criação.

Ao comentar a obra, o escritor foi enfático: “Passei muitos anos estudando as Bíblias como fontes literárias e das demais artes. Mais da metade das literaturas e das artes que estudamos são incompreensíveis sem um conhecimento mínimo das diversas Bíblias.

Acho que isso se materializou numa reescritura do que eu lera e me inspirara, na minha vida de professor e crítico literário. Como se todo esse mundo acumulado pegasse um desvio da linha e saísse em busca de um caminho próprio. Por isso não consigo dizer, por exemplo, que o livro é meu. Ele é mesmo do Beliel, esse anjo torto que se materializou em mim. Eu fui apenas seu porta-voz”.

Ilustração da queda de Lúcifer
Confira abaixo o texto de orelha do livro, escrito por José Roberto Torero:

Em verdade, em verdade vos digo: todo escritor quer ser Deus.


E não é exagero. Pode comparar, fiel leitor: primeiro eles criam um ambiente, depois sopram vida aos personagens e por fim causam conflito entre eles. Iguaizinhos ao Todo Poderoso. Sem falar que há alguns que até se dizem imortais.


Sim, todo escritor quer ser um pequeno deus. Mas esse tal de Flávio Aguiar foi mais longe. Além de criar paisagens, personagens e conflitos, ele decidiu reescrever o próprio livro do Senhor.

Porém, se a Bíblia original foi escrita sob inspiração divina, esta foi feita sob transpiração humana. Vê-se que o autor domina profundamente o assunto, que estudou até os pontos e vírgulas das santas escrituras. Só conhecendo bem um livro se pode recontá-lo, invertê-lo, mostrar o seu avesso. E uma das graças desta Rebíblia (e ela é cheia de graças) é justamente contar as coisas a partir de um ângulo diferente, novo, inesperado.

Finalmente o leitor poderá ver personagens secundários contando a sua versão dos fatos. Por exemplo, verá a história do ponto de vista de Caim, o filho (ou neto) desprezado, a versão da pomba de Noé (e assim talvez pela primeira vez possamos saber como era o cheiro no porão da arca), os bastidores do incêndio de Sodoma e Gomorra e como foi a fuga do Egito capitaneada por Moisés (curiosamente o patriarca gosta de citar Camões, e eles realmente têm algo em comum, pois ambos atravessaram mares). 


Aliás, nesta Bíblia do B há uma turma inesperada atravessando o deserto, formada pelo jovem Marx, Rosa Luxemburgo, Maiakovski, Luiz Carlos Prestes e outros canhotos ilustres. Um bando que, em vez de hinos religiosos, avança sobre as dunas cantando: “Avanti popolo, alla riscossa, bandiera rossa, bandiera rossa!”.


Falando em classes oprimidas, temos aqui o testemunho de um dos escravos de Jó (que jogavam caxangá), as memórias de um dos pobres mercadores que tiveram suas barracas derrubadas por Jesus e, ainda, os inesperados depoimentos de um diabo e de um anjo secundários, talvez (que Deus me perdoe) os dois personagens mais interessantes de todo o livro.


E por fim (ele não poderia estar em outro lugar) há um surpreendente Apocalipse, do qual não falarei nada para não estragar a surpresa, mas que tem a ver com mulheres, muitas mulheres.


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O JESUS EM QUEM TUDO MORREU E RECOMEÇOU!

Isaías [capítulo 53] disse cerca de 800 anos antes de Jesus começar a curar os doentes, enfermos e humanos carregados de moléstias e opressões diversas, que Aquele que viria [...], seria o Servo Sofredor; e que levaria sobre Si o pecado, as transgressões e as dores de todos, sendo Ele mesmo o mais rejeitado entre os homens; e que Ele, mais que qualquer outro, saberia o significado da dor — pois, além de tudo, Ele seria moído pelo Eterno pelas angustias e sofrimentos de todos os demais humanos!

Jesus...
O Servo Sofredor! O homem de Dores! O homem que sabe o que é Padecer! O homem moído pelo Eterno! O Filho do Homem!

Entretanto, Ele tinha boa saúde, era forte, suportava desafios físicos e psicológicos que poucos aguentariam; e que, além disso, também existia andando sempre na direção premeditada da morte; afastando-se dela apenas enquanto a Hora não chegasse!

Teria Ele levado sobre Si as nossas dores apenas por que curou alguns ou muitos dos doentes que lhe trouxeram?

Teria Ele sido o Servo Sofredor por que foi maltratado antes e durante a Sua execução?

Teria Ele sido o mais rejeitado entre os homens apenas por que alguns dentre os judeus ou dentre a Sua parentela não acolheram?

Assim, pergunto:

Não seriam as afirmações de caráter universal feitas por Isaías de realização pequenas demais na vida do homem Jesus?

Sim, pois em Isaías se vê um quadro no mínimo nacional, embora se enseje na narrativa uma dor maior, quem sabe pelo mundo inteiro...

Na vida de Jesus, todavia, não há espaço histórico para que Ele pudesse ser afirmado em dimensões tão abrangentes de sofrimento, apesar do esforço do Mel Gibson de fazê-lo apanhar antes e durante a Cruz como nunca se vira antes...

Na realidade Jesus sofreu não apenas o que Nele se viu como sofrimento histórico. Quando Paulo diz que “Deus o fez pecado por nós”, estava afirmando que Jesus, em suas dores, era um ente supra-histórico na existencialidade; não podendo nós apenas recorrer ao “Direito Romano” da figura deputada-forense e judicial como a “representante” dos demais.

Seria como fazer do “Direito Romano” uma revelação divina, o qual nascera nos mistérios da eternidade; o que é banal, tolo e louco!

De fato, quando se diz que Ele sofreu e foi feito tudo por todos, é porque assim aconteceu mesmo; não sendo nem poesia, nem figura de linguagem, e, menos ainda, um “artifício jurídico” resultante da “Republica Romana” e do seu conceito de “Deputado Representante do Povo”.

Ele levou sobre Si” [...] — é o que está escrito!

E isto era real e não apenas simbólico!

Assim, sem rodeios, o que se deve saber é Jesus carregava todos os Infernos possíveis em Sua existência!

Sim, todas as dores, de todos os tipos [...]; todas as angustias e desesperos, de todas as formas, nuances e naturezas [...]; todas as calamidades, perplexidades, pânicos, medos, tormentos, e perturbações [...]; todas as doenças do corpo, da alma e do espírito [...]; todas as pulsões de agonia indizível e incompartilhavel [...]; todos os gemidos jamais ouvidos e todas as formas de pulsão de morte jamais descritos [...]; todas as solidões, todas as rejeições, todos os desrespeitos, todos os descasos, todas as traições, todas as negações, todas as possíveis decadências do gênero humano [...]; bem como todos os gemidos da criação! — tudo estava Nele; e tudo se tornou Ele!

Jesus é também o andar doído, sofrido, angustiado, tentado, enlouquecido, abandonado, absurdificado, moído e des-significado de toda a humanidade!

Se não fosse assim estaríamos olhando para o Jesus Deputado Universal dos Humanos sob a Lei Romana; ou, numa outra perspectiva, sob a Lei dos Substitutos Inocentes Simbólicos entregues à divindade em favor dos demais!

Porém, nem Isaías e nem Paulo abrem tal precedente. Afinal, Ele foi tudo por todos [conforme Isaías] e foi feito pecado por nós segundo Paulo].

Por esta razão se pode crer que Ele é o nosso Sumo Sacerdote, que conhece em Si todas as nossas dores e fraquezas; tanto quanto se pode crer também que Nele o mundo já acabou!

Jesus é a História Realizada, sendo, portanto, também, a Escatologia Realizada de todas as coisas!

Quando Deus morreu em Cristo o mundo acabou!

Imagine toda dor humana passada, presente e futura, e saiba: tudo estava Nele, tanto quanto Deus Nele estava!

Se Deus estava em Cristo, tudo mais estava em Cristo, na mesma medida em que tudo existe em Deus!

Cristo Jesus é [...] todos os holocaustos e todos os absurdos [...] em estado supra quântico de convergência multi-universal!

Cristo Jesus é [...] tudo quanto possa existir de catástrofe e calamidade natural conhecida e desconhecida no mundo, na Terra e em todos os Universos!

Cristo Jesus é [...]tudo o que foi, está sendo e será criado!

Cristo Jesus é [...] tudo em todos!

Afinal, tudo existe Nele, e, portanto, embora Ele não seja o que Nele exista, mas tudo é Nele; o que implica de todos os modos que Ele é também tudo o que Nele existe, posto que tudo Nele exista; ainda que isto nos seja não apenas um Mistério, mas uma impossibilidade do dizer e do expressar com códigos finitos, os quais sempre nos pedem que digamos que as coisas são Nele, embora Ele não seja as coisas que Nele são..., a fim de que temerariamente eu não caia nas línguas que amariam acusar-me de Panteísmo.

Rsrsrs!

Ora, do mesmo modo que o mundo Nele acabou, também Nele o mundo recomeçou. Sim, Jesus, na Sua Ressurreição, é o Novo Céu e a Nova Terra!

Assim...

Jesus... O Servo Sofredor! O homem de Dores! O homem que sabe o que é Padecer! O homem moído pelo Eterno! O Filho do Homem!

É também o [...]...

 Jesus... O Criador do tempo/espaço, do não tempo, do não espaço, dos multitempos, dos multiespaços, das multidimensões, dos multiversos, dos multimundos, dos multiseres, das multialternativas, das multiliberdades, da multiforme Graça, da Única Soberania!

Entender isto faz parte do que Paulo pedia que tomasse conta do entendimento espiritual dos discípulos, quando orava rogando que lhes fosse dado conhecer “o mistério antes oculto..., mas agora revelado aos santos”; e que, para o apóstolo, implicava em penetrar na altura, na profundidade, na largura e no comprimento do amor de Cristo que excede a todo entendimento.

Ora, tudo o que aqui digo, o digo a partir da fé; e da fé que se estriba em Revelação Escrita e, sobretudo, Encarnada em Jesus. Revelação essa que se faz fato para mim pela incompreensível compreensão de que Deus estava em Cristo Jesus [fato/fé; fator/fé]; fazendo da vida do homem Jesus a própria existência de todos os Cosmos, com todas as suas dores e acasos, com todos os seus absurdos, com todas as suas mortes, e, também, com todas as suas criações e recriações!...

Jesus é o Big Bang e é o Anti- Big Bang de todas as coisas!

Jesus é também o inicio, o fim e o eterno recomeço de todas as coisas!

Em Jesus tudo o que está sendo [...] já não é; tudo o que ainda não foi [...] já aconteceu; e tudo o que ainda será [...] já está Nele feito e consumado!

Tudo o que Paulo, por exemplo, diz acerca de Jesus [...], deve ser por nós entendido não na perspectiva histórico/linear, mas, no mínimo tendo em mente o discernimento da Física mais moderna [... ainda pobre e rasteira] acerca das realidades atemporais, quânticas, multiquânticas, multiversicas; de cujas realidades o tempo/espaço são parte, mas jamais a coisa toda...

Quando se diz que Ele é o Alfa e o Ômega não se quer dizer que Ele foi o Primeiro antes [...] e será o Último depois [...], numa perspectiva linear... Não! O que se quer dizer é que Nele tudo subsiste; sendo que tudo é esse tudo a cada dia maior [...]. Esse tudo que se vai podendo discernir em todas as formas de tudo/nada; sim, em todas as formas de existências verificáveis, além das por enquanto ainda inverificáveis!

Assim, Nele estavam, estão e estarão todas as coisas!

Afinal, Nele foram criadas todas as coisas, as visíveis, as invisíveis, as conhecidas e as desconhecidas; e, portanto, Nele são todas as coisas. Assim, tudo o que existe, Nele existe; assim como todos somente podem existir Nele; até o que designamos como absurdo, mal e mau!

Este é o continuo amar/sofrer do Deus que estava em Cristo; o qual dá vida até àquilo que mata, e, no sentido histórico, matava até mesmo o Autor da Vida!

Somente Deus que seja Amor é capaz de tal Inconcebível Loucura!

O que creio sobre Jesus é no mínimo do tamanho desta loucura; loucura que aqui mesmo [no espaço deste texto] somente não se torna ainda maior porque temo que você não me venha a compreender. Todavia, virá o tempo em que direi tudo o que creio sobre o significado
mínimo do meu discernimento acerca do mistério de Deus em Cristo, e, portanto, sobre as infinitamente loucas e não fronteiráveis perspectivas da Loucura do Evangelho!

sábado, 24 de novembro de 2012

A MENTE E OS CAMINHOS QUE DELA PROCEDEM




Há dias e dias; assim como há temporadas boas e más. Há tempos de ventos contrários e estações de ventos a favor.

Em geral, no entanto, os tempos são feitos das intensidades de material existencial que oferecemos; e carregam marcas comuns a eles.

Há ocasiões em que tudo é saúde.

Mas a saúde é silenciosa como silencioso acerca de si mesmo é todo corpo sadio.

Há ocasiões em que tudo dói.

E dói em muitos à nossa volta, como se pelo vínculo e pela proximidade de coração, as dores de um se encadeassem às dos demais, e, assim, sem padrão de identificação de algo comum nos detalhes, surge, todavia, algo comum no geral, que é a estação de dores diferentes embora existindo compartilhadas.

Há pessoas, no entanto, que vivem essas estações de modo inconscientemente deliberado.

Ora, como pode algo ser inconsciente e ao mesmo tempo deliberado?

A deliberação do processo inconsciente acontece à revelia do desejo confessado do indivíduo; pois, nesses casos, para fora, mediante o uso da consciência como expressão “de palavra” falada, o que se diz é que “se teme tais coisas”; porém, o processo inconsciente responde ao temor (que no caso é a pulsão prevalente); e demonstra que não intenta obedecer ao medo confessado; antes o abraça como elemento a ser processado e devolvido ao consciente como invocação do temor como calamidade confessada com a boca; e muitas vezes repetida em palavras, tanto quanto também encenadas, de tal modo que “o script” passa a existir como energia solta e pegajosa do lado de fora, atraindo os idênticos ou os predadores daquele estado de espírito (isso de um lado da situação que descrevo). Porém, no lado de dentro (o outro lado), o inconsciente convence a pessoa acerca de que ela é aquilo que teme; e, portanto, faz a pessoa se candidatar a conhecer aquilo que diz ter pavor de encontrar; ao mesmo tempo em que assim o faz em razão daquele estranho sentimento infantil que leva a criança a amar morrer de medo e de assombração, enquanto chora de pavor e pede mais... — na idade adulta, esse antigo sentir tem seu similar, o qual cria aquilo que na infância é somente fantasia masoquista de quem está tão fascinado pelo medo, que prefere sofrê-lo a não conhecer as proximidades do mistério que ele promete como pavor. É uma pulsão da Árvore do Jardim onde a Serpente assombrava e fascinava. Entretanto, em adultos, o que na criança é gozado, se torna monstruoso nos estragos que provoca.    

Assim é que existem as estações da vida em que aquele que tem medo enfrentará seus temores em razão da deliberação do inconsciente de não deixar de atender ao pedido de mais assombração, ainda que se chore dizendo que não se quer mais...

— “Chega!!!!!!!! Mais... mais... não, não, chega, ah, mais...”.

Muitas vezes as agendas das dores se encontram em estações que se tornam subitamente comuns para muita gente que se ama entre si; e nessas ocasiões o amor tem que encontrar todas as soluções da presença que precisa se multiplicar na mesma qualidade e conforme a relação; e isto entre muitos.

Entretanto, até aqui tudo bem. Afinal, o que me preocupa dizer é que há pessoas que atraem toda sorte de calamidades e sempre conforme o medo delas.

Mas aquele que anda sem medo em razão da sua confiança total no amor de Deus por ele, esse atrai tudo que é bom.

Medo e fé são os pavimentos de todos os caminhos humanos, e a jornada vai se tornado conforme o chão de pensamentos no qual se pisa.

O caminho do homem acaba sempre por tomar a forma de seus pensamentos e sentimentos. E quando o mesmo espírito negativo ou positivo se torna comum a uma família ou a um intimo grupo de pessoas, às vezes surge um processo de intercomunicação coletiva inconsciente, e o resultado é um surto em cadeia da mesma qualidade do que seja prevalente no espírito comum.

Desse modo o caminho pavimentado com fé sempre será promotor de uma jornada de aventura e de venturas, mesmo quando dói ou doer.

Mas o caminho daquele que o pavimenta com medo, será sempre feito de areia movediça, buracos, covas perigosas, despenhadeiros, e muitas conspiração adversária na jornada do individuo que também vai se tornando paranóico.  

Assim, mais do que nunca o essencial é ter-ser-fé.

Ter fé é muito bom, mas pode ser mais.

Ora, esse “mais” acontece quando a qualidade da fé evolui para a dimensão do ser, de tal modo que o homem deixa de ter fé e passa a ser um ser da fé e em fé, e isso de modo tão simples e singelo que se torna algo como respirar.

O fato é que uma boa mente, cheia de fé e da alegria do Espírito Santo, altera tudo, a começar do próprio cérebro, que é estimulado em áreas que secretam todas as melhores substancias químicas promotoras de bem estar e coragem.

Além disso, o próprio sistema imunológico passa a estar mais pronto para o combate micro-biótico.

No entanto, no tocante às emoções, aos afetos, e, sobretudo, aos processos psíquicos, uma boa mente, lotada de tudo o que é bom e puro, de tudo o que é louvável e de boa fama, de tudo o que edifica e promove a paz, torna-se o agente humano mais profilático que se possa conhecer; sendo, portanto, em tal caso, justa a afirmação que deveria dizer: “Mente sã, corpo são”; e isto muito mais corretamente até do que universalmente se popularizou dizer, que é: “Corpo são, mente sã”.

Sim! Porque o processo não é somaticopsíquico, mas sim psicossomático.

Cuide de seu humor, de sua atitude; e não negligencia a alegria e a esperança. Pois, é pela fé alegre, pela esperança rica, e pelo amor simples, que o chão de nosso caminhar pode ser pavimentado, e em tal pavimento não há tropeço, posto que nele, até quando se cai já se cai nos braços do Pai e dos irmãos.

Este é mais um convite da Graça!

Você vem?

domingo, 18 de novembro de 2012

O que você fará com Jesus?




Quem é Jesus para você? Para os discípulos nós já vimos quem ele é: Aquele que nos amou tanto ao ponto de morrer por mim e por você. Então agora o que você fará com Jesus? Como irá corresponder a esse amor? Eu sei que você anseia por amor, por alguém que se interesse por seus problemas e não o decepcione. Jesus é assim -- Ele ama você! Então o que você irá fazer com este amor? Rejeitá-lo? Você não gostou quando alguém fez o mesmo com o amor que você tentou demonstrar. Não seria melhor você ir agora a Jesus que ama tanto você? Ele morreu para salvá-lo de seus pecados e ter você junto a ele na glória. E então?

O amor de Jesus é a coisa mais preciosa que você pode ter. Ele ama você. Ele Se aproxima de você agora em misericórdia e graça, e o chama para estar com ele, para desfrutar de bênçãos eternas, para receber a sua dádiva de amor, a salvação. Por que não confiar nele como seu Salvador, seu Senhor, seu Libertador do pecado? Você não quer ser liberto da escravidão do pecado? É o pecado que faz com que você seja infeliz. Faz de você uma pessoa invejosa, orgulhosa, cheia de ódio. O pecado acabará destruindo você para sempre se não for salvo dele. Só Jesus pode salvá-lo, "pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6:23). 

Então o que você fará com o amor de Jesus? Lembre-se do que você sentiu quando alguém recusou a afeição que você tentou demonstrar. Por que não pede a Jesus agora mesmo para que ele salve você? Ele ama você e quer que você vá a ele, que confie nele, o único capaz de tirar os seus pecados e dar a você um lar eterno na glória. Basta conversar com ele bem aí onde você está; basta ir a ele do jeito que estiver agora. Conte a ele suas tristezas, seus medos, seus problemas. Depois você poderia falar dele como falou o apóstolo Paulo: "O Filho de Deus me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2:20). 

Quando Jesus estava na Terra, Ele disse: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso... e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Mt 11:28; Jo 6:37). Jesus, o Salvador ressuscitado, está hoje tão ansioso em receber pecadores com todos os seus pecados e suas necessidades, quanto quando Ele esteve aqui há dois mil anos e aceitou morrer na cruz para pagar pelos pecados que não eram dele. 

Se, como pecador, você for a Jesus e crer nele como seu Salvador, seus pecados serão perdoados e você irá estar com ele quando vier buscar os que lhe pertencem. Depois ele voltará para julgar os que o rejeitaram. Desejo sinceramente que você esteja entre os salvos, "porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

                         Covil de ladrões


Jesus continua no Templo de Jerusalém e o que vê ali o deixa furioso. Jesus não tratava com dureza as prostitutas, os adúlteros ou coletores de impostos corruptos. Ele veio em graça chamar pecadores ao arrependimento, antes de vir outra vez para julgar aqueles que não o receberam. Mas se existe algo que o deixa indignado é transformar a casa de Deus num negócio.

Ele expulsa de forma tempestiva os comerciantes do Templo, mostrando assim que tem autoridade sobre o próprio Templo. 

Aquela "casa de oração" tinha sido transformada em "casa de negociação" e covil de ladrões. Esta é a segunda vez que Jesus expulsa os comerciantes do Templo. A primeira aconteceu 3 anos antes, quando iniciou seu ministério.

O problema não está no comércio. As pessoas que visitavam o Templo precisavam comprar animais para os sacrifícios, e os cambistas eram úteis para converter as moedas que os fiéis traziam do exterior para as ofertas. O problema é fazer da casa de Deus em uma grande feira e do próprio Deus um negócio.

Será que é isso o que acontece hoje na cristandade? Não, hoje é muito pior. Os comerciantes da cristandade vendem o próprio Deus, condicionando bênçãos e salvação às ofertas. Vendem Deus numa garrafa, como se fosse um gênio pronto para satisfazer os desejos de riqueza e prosperidade de seus compradores. 

Não há nada de errado em você ir a uma livraria comprar bíblias, livros ou música cristã. Transformar Deus e os cristãos em negócio é outra história. O livro de Apocalipse mostra o contraste entre a Igreja, a noiva de Cristo, e a Babilônia, a Grande Meretriz. O testemunho da igreja neste mundo, que deveria ser o de uma noiva fiel, transformou-se no testemunho de uma meretriz. 

Experimente ler o livro de Atos e as cartas dos apóstolos para ver se encontra qualquer semelhança com o que vê na cristandade. Não havia pregadores vivendo como milionários à custa do dinheiro dos fiéis. As reuniões dos cristãos não eram shows com plateias histéricas. Não havia imagens, novenas, correntes, fogueiras santas e um sem número de superstições para entreter as pessoas. E o evangelho era pregado para as pessoas serem salvas pela fé em Jesus, para se tornarem membros do corpo de Cristo, não de alguma organização ou denominação.

Quando Jesus voltar, não virá para expulsar os mercadores do Templo. Ele virá para julgar aqueles que pregam, fazem milagres e curas em seu nome como fonte de lucro. Jesus sai dali e nem mesmo dorme em Jerusalém, tamanho o seu desgosto com esse tipo de coisa. Prefere dormir em Betânia. Israel havia se tornado uma figueira sem frutos, como a que ele encontra nos próximos 3 minutos.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A verdadeira história de São Jorge





Hermes C. Fernandes

Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge de Anicii. Filho de pais cristãos, converteu-se a Cristo ainda na infância, quando passou a temer a Deus e a crer em Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal. Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe, após a morte de seu pai. Tendo ingressado para o serviço militar, distinguiu-se por sua inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física e porte nobre. Foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade.

Tantas qualidades chamaram a atenção do próprio Imperador, que decidiu lhe conferir o título de Conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Nessa mesma época, o Imperador Diocleciano traçou planos para exterminar os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande coragem sua fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens.

Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nEle confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade." Como Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o Imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Porém, este santo homem de DEUS jamais abriu mão de suas convicções e de seu amor ao SENHOR Jesus. Todas as vezes em que foi interrogado, sempre declarou-se servo do DEUS Vivo, mantendo seu firme posicionamento de somente a Ele temer e adorar.

Em seu coração, Jorge de Capadócia discernia claramente o própósito de tudo o que lhe ocorria: “... vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho”. (Lucas 21.12:13 – Grifo nosso). A fé deste servo de DEUS era tamanha que muitas pessoas passaram a crer em Jesus e confessa-lo como SENHOR por intermédio da pregação do jovem soldado romano. Durante seu martírio, Jorge mostrou-se tão confiante em Cristo Jesus e na obra redentora da cruz, que a própria Imperatriz alcançou a Graça da salvação eterna, ao entregar sua vida ao SENHOR. Seu testemunho de fidelidade e amor a DEUS arrebatou uma geração de incrédulos e idólatras romanos.
Por fim, Diocleciano mandou degolar o jovem e fiel discípulo de Jesus, em 23 de abril de 303. Logo a devoção a “São” Jorge tornou-se popular. Celebrações e petições a imagens que o representavam se espalharam pelo Oriente e, depois das Cruzadas, tiveram grande entrada no Ocidente. Além disso, muitas lendas foram se somando a sua história, inclusive aquela que diz que ele enfrentou e amansou um dragão que atormentava uma cidade...

Em 494, a idolatria era tamanha que a Igreja Católica o canonizou, estabelecendo cultos e rituais a serem prestados em homenagem a sua memória. Assim, confirmou-se a adoração a Jorge, até hoje largamente difundida, inclusive em grandes centros urbanos, como a cidade do Rio de Janeiro, onde desde 2002 faz-se feriado municipal na data comemorativa de sua morte.

Jorge é cultuado através de imagens produzidas em esculturas, medalhas e cartazes, onde se vê um homem vestindo uma capa vermelha, montado sobre um cavalo branco, atacando um dragão com uma lança. E ironicamente, o que motivou o martírio deste homem foi justamente sua batalha contra a adoração a ídolos...

Apesar dos engano e da cegueria espiritual das gerações seguintes, o fato é que Jorge de Capadócia obteve um testemunho reto e santo, que causou impacto e ganhou muitas almas para o SENHOR. Por amor ao Evangelho, ele não se preocupou em preservar a sua própria vida; em seu íntimo, guardava a Palavra: “ ...Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Filipenses 1.20). Deste modo, cumpriu integralmente o propósito eterno para o qual havia nascido: manifestou o caráter do SENHOR e atraiu homens e mulheres para Cristo, estendendo a salvação a muitos perdidos.

Se você é devoto deste celebrado mártir da fé cristã, faça como ele e atribua toda honra, glória e louvor exclusivamente a Jesus Cristo, por quem Jorge de Capadócia viveu e morreu. Para além das lendas que envolvem seu nome, o grande dragão combatido por ele foi a idolatria que infelizmente hoje impera em torno de seu nome.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012



A Pedra e o Anjo

Quero compartilhar com vocês uma pequena história que ouvi, pelos caminhos da vida. Não sei por que, mas senti uma vontade imensa de fazer isso agora. Coisas do coração.
Conta-se uma história interessante sobre Michelangelo. 
Dizem que o mestre do renascimento italiano andava pela cidade de Roma, seguido por alguns alunos. Ao passar por um escombro, parou e lhes disse: – Vejam! Ali se encontra um anjo! Os discípulos perplexos por nada verem, perguntaram ao mestre onde ele estava vendo o anjo. Michelangelo respondeu, dizendo: — Vejo-o aprisionado naquele pedaço de mármore jogado fora. Basta tirar da pedra o excesso que o anjo aparece.

Entusiasmados com a ideia, os discípulos o ajudaram a levar a pedra para o ateliê e o viram trabalhando intensamente por alguns dias. Ao final, lá estava o anjo. Se a história é verdadeira ou não, pouco importa. O que importa é a lição que ela nos traz – de fato a beleza se esconde. Para tê-la é necessário o exercício da arte, e arte é o que sustenta a educação, a pintura, a escultura, as relações pessoais; enfim, a vida. Transformar tudo em arte, esse é o grande projeto dos relacionamentos humanos.

Fazer da vida algo belo é o desafio maior. Criar a beleza é fruto da sabedoria. E viu Deus que isso era bom, já nos ensinam as Escrituras sobre o ato criador. Trazer a beleza para fora, expô-la, nos faz seres encantados. Transformar a vida em arte, no entanto, pressupõe habilidades que a história da Pedra e do Anjo parece nos revelar.

A primeira delas é ter uma mente restauradora. O pensamento que deve nutrir nossas relações, mesmo nos momentos difíceis, é que tudo pode ser reconstruído. Alimentar pensamentos assim nos torna artistas. Muito provavelmente Michelangelo nutria, todo o tempo, uma visão de mundo de que tudo pode ser construído, melhorado, embelezado –uma mente de artista.

Uma pedra jogada fora é algo mais que simplesmente uma pedra jogada fora. Michelangelo era um edificador, alguém capaz de ver anjo em pedra, capaz de tirar beleza de pedaços desprezados. Nem sempre temos a visão de que as coisas podem ser construídas, restauradas, edificadas. Pensamos ser mais fácil abandonar, jogar fora e comprar outro, novo. 

Um aluno difícil, estigmatizado por colegas e professores, torna-se uma pedra jogada fora. Um relacionamento caracterizado por amarguras torna os atores pedras desprezadas. Uma emoção mal conduzida inviabiliza várias oportunidades. Muitas vezes, diante de situações como essas, o que fazemos, no máximo, é colocá-las no escombro. É mais fácil abandonar algo que incomoda do que reconstruí-lo. Essa visão imediatista do mundo tira de nós a competência restauradora.

A segunda habilidade, ter visão de futuro. A incapacidade de ver o futuro torna nossas decisões expressões da ansiedade; faz de nossas opções um grandioso apelo ao aqui e agora; tira de nós a perspectiva do inefável. O anjo esculpido por Michelangelo preservou a pedra que estava no lixo.

A visão de futuro nos capacita a ter esperanças. Os olhos do futuro são menos imediatistas que os olhos do presente – nos fazem ver possibilidades que agora aparecem apenas como pedra tosca jogada no lixo. Ver o futuro é sonhar com a possibilidade. A própria natureza humana nos ensina isso. Quando vejo uma mulher grávida, sempre penso – ali vai um extraordinário grito da esperança. Engravidar é ter visão de futuro, é construir a esperança.

Pensar em nossos atos como construções de futuro imprime outro significado às coisas. Corrigir um filho orientar um aluno, fazer uma promessa, declarar um amor, plantar uma nogueira, são atos capazes de configurar diversos futuros, conforme a natureza de nossa visão ou de nossos sonhos. Pensar em nós mesmos como construtores de futuro é elevar a vida ao mais alto padrão estabelecido por Deus. É ser capaz de enxergar o que não se vê.

A terceira é a necessidade de conhecimento e estudo. Michelangelo estava preparado para esculpir, conhecia a técnica, exercitava-se nela. Quanto mais estudo, mais competência. A criação surge sempre de uma mente preparada.
As oportunidades pousam em mentes abertas. A ideia de que algo possa acontecer sem preparação é infantil e pouco prática. Na melhor das hipóteses, gera uma enorme frustração quando descobrimos que não percebemos as oportunidades porque não tínhamos distinções capazes de vê-las. Nos dias de hoje, a quantidade de informação disponível e a dinâmica das relações fazem com que as possibilidades estejam presentes a todo tempo.

Vê-las é um exercício da capacidade, da sensibilidade e de inspiração. No entanto, essas coisas não são fruto de processos misteriosos, são, isso sim, resultados de muita dedicação e aprendizagem. Existe por aí um universo a ser descoberto, muitos anjos a serem libertos, muitas pedras a esculpir. Mas, uma das coisas que se requer para tal façanha é estarmos preparados para enfrentar as pedras e transformá-las em arte. Isso é fruto de trabalho, conhecimento e técnica.