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quinta-feira, 28 de junho de 2012

MAITRÉIA E O NOVO JESUS GNÓSTICO


A Nova Era do Novo Milênio é chamada pelos espiritualistas pós-modernos de Era de Maitréia. Com ela veio à expectativa de que a Era Cristã tenha acabado e, após ela, esteja surgindo à Nova Era do Cristo dos Cristos. Ora, tal realidade aparece com toda clareza e explicitude na tentativa de “recriar Jesus”, já que não é possível arrancá-Lo do imaginário humano.

Nesse sentido, o que se vê é o seguinte quadro sendo pintado. Os manuscritos Coptos de Nag Hamad, achados há algumas décadas no Egito, trouxeram consigo um acervo de material gnóstico sobre “um Jesus” que é, agora, a nova “bíblia” desta Era. É baseado neles (nos manuscritos) que veio o tal “Código Da Vinci”, o qual, se se mantivesse como ficção, seria obra interessante e criativa, boa para distrair. O problema é que Dan Brown, o autor do livro, surtou; e assumiu sua fé no calhamaço de hilaridades que de históricas nada têm.

É em razão do achado dos tais “evangelhos gnósticos” de Nag Hamad que o “novo Jesus” está sendo recriado todos os dias. O que ninguém explica é porque se esperou décadas para se começar a “emprestar” seriedade a esses achados, os quais estão sendo divulgado agora, mas não são novos como “achados”, tendo sido encontrados em 1945.

De fato, o que explica a súbita importância que tais manuscritos ganharam advém de duas realidades: a primeira é a falência do Cristianismo Histórico. A segunda é a grana que já se viu que o “novo Jesus” pode dar aos montadores desse “novo evangelho”. Isto sem falar nos “sinceros” que de fato creem em todas essas coisas.

O que se deve antes de tudo saber é que os gnósticos-cristãos já estavam presentes desde o início da pregação do Evangelho de Jesus. Paulo, por exemplo, teve que lidar com as interpretações do Evangelho que eles ofereciam aos discípulos o tempo todo. Na realidade os dois piores adversários conceituais de Paulo foram os “judaizantes” (mais burros; e apenas muito agressivos); e os “gnóstico-cristãos” (muito mais articulados e filosóficos).

Praticamente todas as cartas-resposta de Paulo lidam com conteúdos propostos por esses dois grupos. Quando mostra que a Lei morreu em Cristo, Paulo golpeia os judaizantes e seus discípulos. Porém, quando combate ou o “ascetismo”, de um lado; ou a “libertinagem”, de outro lado; Paulo está lidando com os “gnósticos”.

Sim, porque os “cristãos-gnósticos” diziam, de duas, uma coisa: ou que a purificação do espírito vinha do afastamento de toda e qualquer coisa material (a matéria era suja); daí o “não toqueis nisto, nem naquilo e nem naquilo outro...”, conforme a carta aos Colossenses —; ou, então, diziam que matéria e espírito não se comunicavam (dicotomia e dualidade); e que, portanto, o que quer que se fizesse com o corpo, qualquer que fosse a coisa ou orgia, em nada ofenderia o espírito, desde que o “crente” não parasse o processo da elevação espiritual pelo saber (gnosis). Paulo, entretanto, advertia que tais coisas “têm aparência de sabedoria”, embora não tenham “nenhum valor contra a sensualidade”.

Escrevendo aos Gálatas, até o capítulo 5, ele ataca os judaizantes e suas doutrinas legalistas. Porém, do verso 12 em diante, no mesmo capítulo, ele de súbito sai do “não pode nada” (da Lei), para o “pode tudo” (dos gnósticos). Assim, diz ele que estamos livres da Lei, não, porém para dar lugar a libertinagem. Quando escreve aos Coríntios ele fala daqueles que projetavam sobre ele as suas próprias sombras, afirmando que o Evangelho por ele pregado ensejava “uma disposição” comportamental “de mundano proceder”; e que o próprio apóstolo assim vivia. Já na carta que enviou aos de Roma, Paulo diz que havia aqueles que, em o ouvindo, pervertiam a Palavra da Graça, dizendo: “Se é assim, pratiquemos males para que nos venham coisas boas!” — afirmação que Paulo não apenas rebate, mas repudia.

O autor do Apocalipse, quando escreve às 7 Igrejas da Ásia, não apenas lida com as aflições das perseguições feitas pelos judaizantes, como também ataca o espírito do “Nicolaítas”; ou aqueles que andavam conforme “Balaão” (que profetizava enquanto estimulava a prostituição); ou ainda denuncia uma certa “mulher”, a qual era como uma “Jezabel” entre os discípulos, visto que lhes ensinava que o adultério e a prostituição eram banalidades com as quais ninguém deveria se preocupar, posto que as obras da carne — do corpo e da cobiça animal — em nada prejudicavam a vivência no espírito. Ora, todas essas coisas eram e são produções filosóficas gnósticas aplicadas ao contexto “cristão”.

Desse modo, o “novo Jesus”, inspirado nos “evangelhos gnósticos”, é um homem de sabedorias livres, capaz de andar com uma discípula amante (Madalena), e que não parecia com o Jesus dos 4 evangelhos; posto que estava mais para alguém sob profunda influência dos cultos de mistério dos gregos asiáticos ou dos egípcios, do para a descrição dos 4 evangelhos acerca do Jesus do Evangelho.

Quando li a primeira vez esses “evangelhos” logo percebi a total inconsistência deles não apenas com relação a Jesus; mas, sobretudo, percebi que ali havia apenas uma criação de “um Jesus” que coubesse nas cobiças e caprichos de uma seita: a dos gnósticos.

A montagem desse novo Jesus faz dele o seguinte:

Um homem bom e sábio, que ensinara de modo fascinante sabedorias antes ocultas, e que dava a si mesmo o direito de amar e transar com Madalena, tendo com ela procriado e gerado uma genealogia que permanece no mundo até hoje. 


O mais, dizem eles, foram absorções feitas pelos primeiros discípulos acerca de mitos egípcios e gregos, criando “um Jesus” que também não era o verdadeiro. De fato, tais “absorções” aconteceram não entre os primeiros discípulos, no primeiro século da Era Cristã, mas já bem depois. E, nesse caso, não foram os “gnósticos” os que fizeram tais sincretismos em relação ao Jesus do Evangelho, mas a própria “Igreja Oficial”, filha do Imperador Constantino, e que é romana em sua geografia de importâncias até o dia de hoje.

Exemplificando: o batismo antes aberto a quem quer que cresse... ainda que fosse no meio de um estrada... agora se tornara algo a ser ministrado apenas aos “iniciados” que aceitassem, depois de longa catequese, os ensinamentos da Igreja, e que pouco ou nada tinham a ver com o Evangelho, mas sim com as doutrinas patrocinadas pelos Concílios pagos por Constantino e com as morais propostas pelos novos sacerdotes e bispos do Imperador; todos eles sob profunda influência das filosofias gregas. O mesmo se pode dizer da Ceia (Eucarístia) e de quase todas as demais coisas que caracterizam a “entrada” de um novo “fiel” na comunidade fechada da “igreja”. Aqui já prevalecia o espírito de Mitra e dos cultos de mistério.

Praticamente todos os ritos “cristãos”, assim como boa parte de nosso calendário e cultura, são o produto das adaptações que a “igreja” fez a fim de abraçar essa nova legião de “crentes” forçados pelo Imperador (e depois pelo Império) a se tornarem cristãos.

Na realidade, nesses aproximadamente 1700 anos de sincretismo religioso e filosófico feito pelo Cristianismo, incorporou-se muito mais dos cultos e filosofias da época do que se pode imaginar. E não apenas se recebeu influência dos judaizantes e dos gnósticos, mas de tudo e todos. Até mesmo Maria acabou por ter que se tornar a Isis dos cristãos. E não somente isto. Afinal, do ano 800 para frente, grande foi à assimilação e o sincretismo que os cristãos fizeram também do Islamismo, não só de algumas das crenças nele apregoadas, como também adotando sua ideologia de “guerra santa”, como ainda hoje se vê (vide os crentes americanos e Bush).

Então, agora, depois do “Jesus inventado pelo Cristianismo”, veio o “novo Jesus”. Ora, esse “novo Jesus” é o mesmo que de acordo com o “evangelho de Judas Iscariotes”, teria conspirado com ele, Judas, o cumprimento das profecias antigas que o fariam morrer (razão pela qual Judas o teria traído); e, assim, entrar para a imortalidade como ser divino. Além disso, a história toda teria sido sustentada (falo da ressurreição) por uma confraria de parentes (irmãos, irmãs, primos, mãe, etc.) e de amigos-discípulos de Jesus.

Portanto, o “novo Jesus” é gnóstico!

E é nessa esteira que o livro de Dan Brown, o “Código Da Vinci”, se tornou a “bíblia” desse novo tempo.

O que se verá nos próximos anos será uma crescente relativização de JESUS, o dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João (e também de Paulo), em contraposição ao crescimento vertiginoso desse “novo Jesus”; o qual é um entre muitos; e é apenas um grande sábio; e de quem se pode e deve esperar apenas ensinamentos compatíveis com o espírito dessa Nova Era.

O “novo Jesus” está sendo construído como “ídolo” a figurar no Panteão de Maitréia (mais tarde falarei disso). Sim, Ele será apenas “ele”; e fará parte de algo maior; sendo visto apenas como mais um que veio... falar do que de Deus se pode conhecer pelo homem.

Portanto, esse “novo Jesus” não é “amigo de pecadores”, mas, entre os pecadores, é mais um deles; só que com poderes paranormais e muita sabedoria. O mais, tudo o mais, teria sido apenas um amoldamento que o Cristianismo fez a fim de torná-lo palatável para a necessidade do Império. O que em parte é verdade!

Assim, o que o Cristianismo de fato fez, agora se volta contra ele próprio. E mais: o Cristianismo não tem nem poder, nem inteligência, nem meios, nem autoridade e nem alma sincera para lidar com os discípulos do “novo Jesus gnóstico”. Sim, porque para ter tal força o Cristianismo teria que chegar negando a si mesmo e confessando o “estelionato” que ele próprio cometeu ao criar “o Jesus dos Cristãos”, o qual, não é nem promiscuo e nem gnóstico, mas é quase tão-mal quanto o diabo. Isto por que “o Jesus dos Cristãos” é caprichoso, é vingativo, é interesseiro, gosta de poder, adora ter reis entre seus crentes, detesta todos os que não são “cristãos”, e é capaz de qualquer coisa para ser visto como o Déspota da Humanidade, mesmo que para isto a sua representante na Terra, a “Igreja”, tenha que agir em seu nome como se fosse representante do diabo.

Já o “novo Jesus” é liberal, é condescendente, é humano, é sábio, é aberto a tudo, é o Irmão mais Velho da Confraria dos Entendidos. É tudo isto, mas não é Deus! Lida com o pecado como se não fosse nada; não porque seja o Cordeiro eterno que morreu pelos pecadores, mas apenas porque “ele” não vê pecado no mundo, exceto aqueles de natureza ecológica ou econômica, na melhor das hipóteses.

Sim, esse “novo Jesus” tem em Da Vinci seu melhor discípulo, e, se soberano fosse, se diria que guardou seus segredos até este último tempo, como se ele mesmo fosse o João Batista de Maitréia.

A pergunta agora é: e quem é esse tal de Maitréia?

Maitréia é o suprassumo de tudo o que é divino ou Deus!

Os crentes dessa manifestação da “síntese” de todas as divindades, dizem dela o seguinte, conforme as palavras de Luiz Paulo Deodoro:

“Maitréia. Cada vez mais ouvimos falar esse nome nos dias que correm. As mais diferentes correntes doutrinárias, espiritualistas ou não, já não passam mais por ele de maneira indiferente. Para sermos precisos, estamos falando mais especificamente do lado ocidental da Terra, pois o Oriente, principalmente as tradições tibetanas e budistas do Norte da Índia, de há muito que já conhece o símbolo do Buda Branco do Ocidente, do Avatar do Cavalo Branco, do Décimo Avatar de Vishnu, d'Aquele, enfim, que representaria a síntese de todas as manifestações da Divindade na Terra. 

O próprio nome “Maitréia-Buddha” é um nome oriental. Quem é, afinal, esse Ser, tão esperado, tão anunciado que, segundo dizem, inauguraria uma nova era de paz, compreensão e fraternidade para os homens, a tão falada “Era de Aquarius”? Diz o excelso Bhagavad-Gitâ, através de um outro Grande Avatar, que foi Krishna: “Todas as vezes, ó filho de Bhârata! que Dharma (a Lei Justa) declina e Adharma (a Lei injusta) se levanta, Eu me manifesto para a salvação dos bons e destruição dos maus. “Para restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga (Idade)”. Assim, estamos vivenciando um momento similar àquele em que Krishna se manifestou, para restaurar o Reino de Deus na Terra, e Maitréia, portanto, vem a ser o Representante da Lei Justa e Perfeita que cumprirá, no presente ciclo, esta divina missão.

 Se atentarmos para o significado do termo “Maitréia”, começaremos a tecer um “fio de Ariadne”, que talvez nos leve a um vislumbre da realidade. Literalmente, “Maitréia” significa “Senhor dos Três Mundos”. O que significa isso? Se remontarmos à história iniciática do Egito, constataremos que já houve um ser divino, um deus encarnado, que se utilizava deste mesmo significado em seu próprio nome: Hermes “o Trismegisto”, que quer dizer “o Três Vezes Grande”. Embora os predicados sejam diferentes, a acepção é a mesma, ressaltando dois Seres, dois enviados da Divindade, que reinam sobre o número três, sobre três mundos, e que são senhores três vezes. Pitágoras afirmava: “o número três reina em toda parte, e a Mônada é o seu princípio”. 

Com efeito, o número três pode ser encontrado em todas as coisas. Corpo, Alma e Espírito é a classificação básica do ser humano. No próprio corpo físico, vemos o ternário em cabeça, tronco e membros, e estes últimos, também são divididos em três partes. As trindades divinas ocupam, em todas as teogonias, o foco central donde tudo dimana: Brahmã, Shiva e Vishnu; Anú, Hea e Bel; Pai, Filho e Espírito Santo; os Três Logos Teosóficos etc. 

Assim, ser Senhor dos Três Mundos significa ser Senhor do Universo, abrangendo todos os seus aspectos, e esse caráter de abrangência nos leva à ideia de síntese, à concepção de um princípio ou entidade que possua o caráter daquilo que é “uno” e, ao mesmo tempo, “trino”. Tudo indica que estamos diante, portanto, de algo grande, sintético, abrangente, que expressa o Triângulo Indeformável da Divindade, que, ao mesmo tempo, fecha um ciclo, uma fase da vida universal, e inaugura outro, com características renovadas, baseado em novas premissas, novos referenciais. 

Esse é, essencialmente, o papel dos Avataras, que vêm ao mundo para renovar, restaurar antigos ensinamentos, já esquecidos pela humanidade, e revelar novos aspectos da Realidade Universal, à semelhança de um professor que revisa os tópicos esquecidos e vai ensinando aos poucos, na medida do progresso de seus alunos, pontos mais avançados da matéria. Maitréia, como representante do Ternário Divino, é precisamente o oposto do ternário que representa “o contrário da Divindade”, o “inverso de Deus” (“Daemon est deus inversus”, segundo o axioma cabalístico), o triângulo caótico, mais conhecido como o Anti-Cristo. Como nos ensina o Prof. Henrique José de Souza, o Anti-Cristo “já veio nas pessoas de Hitler, Mussolini e Stalin”, que, como sabemos, foram derrotados em seus intentos destruidores. 

No eterno embate das forças cósmicas, construtivas e destrutivas, a Vitória coube ao Princípio do Progresso, da Evolução, representado por Maitréia! Mas, a humanidade ignora e nem sempre compreende os Avataras que vêm auxiliá-la a evoluir. Aferrada à materialidade e ao egoísmo, preferem ouvir a enganosa voz de seus desejos e paixões do que o Verbo Renovador dos Mestres Espirituais! Tão longe vai esse desequilíbrio que chega ela ao ponto de massacrar, crucificar e imolar Aqueles que são os seus salvadores. Ademais, na sua ignorância e limitada visão, contrapõem-nos uns aos outros, como se não fossem Eles provindos de uma única e mesma Essência Divina, que toma nomes diferentes, conforme a época e o lugar. Portanto, Cristo não é melhor do que Buda, que também não é melhor do que Maomé, e assim por diante. Todos estes grandes seres são manifestações do Deus Único. “A Verdade é uma só, embora os homens lhe deem nomes diferentes”, diz o provérbio iniciático. 

De igual modo, Maitréia expressará a mesma essência espiritual que animou os budas, os cristos e os maomés de outrora. Por isso, podemos falar, sem medo de errar, no retorno de cada um destes grandes seres, e muitos outros, através da figura de Maitréia. Ensina-nos o digníssimo teósofo espanhol Mario Roso de Luna: “(...) quanto à Krishna, Budha, Jesus, Platão, etc., foram Seres Superiores que nos deram doutrinas eficazes para que nos redimíssemos com os nossos próprios esforços. Nenhum deles fundou a religião confessional que se lhes atribui. Logo, quem fundou todas elas foi o imperialismo psíquico de seus pretensos discípulos, que, escravos do inerte dogma que criavam, esqueceram não ser religião uma crença, mas a dupla ligação de fraternidade entre os homens, segundo a sua etimologia latina (de religo, “religare”, ou tornar a ligar, etc.)”

“Maitréia é também chamado de “Kalki-Avatara”, ou o “Avatara do Cavalo Branco”“. Este é outro símbolo que se encontra no inconsciente coletivo da humanidade, acabando por ser personificado, na tradição religiosa, pela figura do “Cavaleiro das Idades”, do “Santo Guerreiro”, ou São Jorge, que mata o dragão da maldade, da passionalidade e das coisas grosseiras. Este “Jorge”, por sua vez, não provém senão do nome “Akdorge”, das lendas transhimalaias, ser que, no simbolismo universal, se confunde com o de Maitréia. 

O símbolo do cavaleiro, montado num cavalo, representa o Quinto Princípio, o Mental, dominando a natureza passional, que é quádrupla (simbolizada pelos quatro animais da Esfinge), é a “Quintessência Divina”, ou aquilo que é mais puro, elevado, e aperfeiçoado, a transcendência do quaternário terreno, que também pode ser expresso pela figura da pirâmide, que tem base quadrangular, cujos vértices, em terceira dimensão, se unem acima em um ponto, que representa, justamente, a “quinta coisa”, o “quinto elemento”, sobre os quatro básicos.

 Mas, o que é mais importante é a compreensão de que Maitréia, antes de representar um ser em carne e osso, simboliza um estado de consciência mais elevado a que os seres humanos podem alcançar. Isso significa que para que Ele seja recebido condignamente, isto é, RECONHECIDO como expressão desta elevada consciência, ao contrário do que aconteceu com Jesus, é necessário que desenvolvamos em cada um de nós, internamente, uma consciência espiritualizada, que, tanto quanto possível, se aproxime da consciência que o Grande Avatara de Maitréia representa. Descobrir Maitréia dentro de cada um de nós é a grande meta, para que possamos auxiliá-Lo em seu hercúleo trabalho de renovação da vida na Terra. E “Maitréia em nós” é o nosso Eu Interior, nosso Cristo Interno, nosso Eu Divino, que todos nós pressentimos, mas que, não sabemos, na maioria das vezes, como entrar em contato com ele e fazê-lo desabrochar.

 Este é precisamente o papel das Escolas Iniciáticas, ou seja, o de proporcionar os meios adequados, através dos quais, as pessoas, pelos próprios esforços, possam ir retirando as camadas de imperfeições, defeitos que encobrem nossa Divindade Interna, à semelhança de uma estátua de um Deus que jaz oculta sobre as camadas de mármore bruto, até que um hábil artista, provido das técnicas adequadas, possa libertá-la de seu milenar casulo. Já dizia, há dois mil anos, o grande Iniciado Paulo (São Paulo): “Padeço de dores de parto até que seja formado o Cristo dentro de vós”... (Gálatas, IV, 19), como também “Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu homem interno” (Éfesus, III, 16/17).

 Portanto, os Avataras não devem ser encarados como “salvadores”, sem que nada façamos, por nosso esforço para sermos merecedores de tal dádiva. Ensina o conhecimento Iniciático que cada um é que se salva, segundo a qualidade de seus atos, sentimentos e pensamentos na direção da evolução. O Avatara apenas proporciona os meios e métodos para que essa evolução se realize. Tal proceder é diametralmente contrário ao conhecido “messianismo” dos que passivamente esperam “de cima” a graça que só pode se fazer presente através do esforço realizado “em baixo”. Como afirma sabiamente o grande Roso de Luna: “O messianismo foi sempre o achaque dos débeis, que esperam de um enviado a redenção, que só lhes pode vir de si mesmos. Prometeu encadeado espera Epimeteu libertador, na Tragédia de Ésquilo. Os Hebreus esperam um rei. A Idade Média também esperou pelo Cristo, e o Cristo que veio foi a Renascença, onde arte e ciência se emanciparam do jugo religioso que as oprimia”.

“A vinda do “Divino Esperado” está prevista para o início do século XXI, segundo as mais diversas fontes sobre o assunto, ou seja, é praticamente imediata. Assim, não há mais tempo a perder. Muitos afirmam que Maitréia já nasceu, outros que ainda nascerá... De qualquer maneira, este talvez deva ser o mais bem guardado dos segredos... que será revelado em tempo oportuno. Como seu nascimento e manifestação são previstos nas sacrossantas terras brasis, cabe a nós, brasileiros, papel preponderante neste grande evento. 

A “sabedoria popular”, sempre alerta, afirma: “Deus é brasileiro”. Com efeito, observamos quão abençoadas são as terras brasileiras, no que se refere às catástrofes, naturais ou não, por que passam outros países. De igual modo, é preciso exaltar as qualidades especiais de nosso povo, que se caracteriza pela tolerância, pela camaradagem, pela amizade, pela compreensão, pela criatividade, e isso significa... espiritualidade! Fomos acostumados e erroneamente educados para ver a nós mesmos segundo a ótica dos povos estrangeiros, e traçarmos os parâmetros de comportamento e referenciais de civilização de acordo com modelos importados. 

É preciso quebrar, abandonar estes modelos e romper com estes grilhões, para avançar resolutamente em direção ao esplendoroso destino que nos aguarda, descobrindo nossa própria identidade, como seres pertencentes à Pátria do Avatara-Síntese. Por tudo isso, cerremos fileiras em torno do Princípio que Maitréia representa, o Princípio da Lei Divina, da tolerância, da compreensão, do Amor-Universal, da União entre todos os povos da Terra, sem distinção de condição social, raça ou religião, para que possamos redimir este nosso sofredor mundo de seus desequilíbrios atuais, e prepará-lo para uma Nova Era de Paz e Harmonia para a Humanidade!”

Ou seja: Maitréia é o representante do tempo final acerca do qual Jesus advertiu dizendo que se diria: “Eis o Cristo!”.

E mais: Maitréia também é aquele em quem tudo subsiste, e não em Jesus. Ou seja: tudo o que Paulo diz do Cristo Eterno em Colossenses, por exemplo, só se aplicaria, de fato, a Maitréia.

Desse modo, crendo que o “Anti-Cristo” já veio na tríade maligna Hitler, Mussolini e Stalin, preparam o chão para a vinda do Anti-Cristo, que não virá com cara de Hitler, mas sim com face de “anjo de Luz”.

Portanto: “Vigiai; pois o Filho do Homem virá como o ladrão de noite”. Ou então: “Na hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá!”

Para mim estamos assistindo a construção de algo mais maligno que qualquer coisa que qualquer outro grupo de discípulos jamais viu antes. Daí Jesus ter dito que “esse poder”, se possível, “enganaria os próprios eleitos”. E o “novo Jesus” será apenas parte dessa trindade que tem em Maitréia a sua síntese suprema.

A criação do “novo Jesus” se faz necessária a fim de que, pela “Sua” abertura esotérica, “ele” mesmo se ponha como um João Batista dessa Nova Era. Isso porque o Jesus do Evangelho é Senhor de Todos, e não pode ser servo de nenhuma Potestade; pois Ele tem o Nome que está sobre todo nome!

Mais do que nunca se precisa pregar na Terra o Evangelho do Cordeiro Eterno imolado antes da fundação do mundo, assim como é essencial que se anuncie a Ordem de Melquizedeque, da qual Jesus é o Supremo e Único Pontície, pois, somente a visão de Cristo-Jesus, supra-religioso e Senhor de tudo e todos, é o que ainda pode conter as consciências modernas, ansiosas por encontrar Alguém maior do que a religião; visto que a religião, qualquer uma delas, é bem menor do que o anseio humano por encontrar algo de natureza Cósmica; e, portanto, maior do que a religião cristã.

Artigo escrito pelo Rev. Caio Fábio de Araújo


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Decepcionado com Deus 2


A desilusão com Deus nem sempre surge de uma forma tão marcante. Para mim, ele também aparece inesperada­mente nos detalhes corriqueiros da vida diária.
 
Descobri que pequenos desapontamentos tendem a se acumular com o passar do tempo. Começo a imaginar se Deus de fato se importa com os detalhes da minha vida, ou se ele se importa comigo.

Sou tentado a orar com menos freqüência, tendo chegado antecipadamente à conclusão de que não vai adiantar. Ou vai? Minhas emoções e minha fé oscilam.


Quan­do essas dúvidas se instalam, estou ainda menos preparado pa­ra épocas de grandes crises. Uma vizinha está morrendo de cân­cer; oro diligentemente por ela. Mas, mesmo enquanto oro, fico pensando: Pode-se confiar em Deus? Se tantas orações pequenas ficam sem resposta, que dizer das grandes?

As lutas diárias da vida parecem bem distantes das frases otimistas e triunfalistas sobre o amor e o interesse pessoal de Deus que ouço às vezes em igrejas evangélicas. Até mesmo a Bíblia parece confundir: contém tantas tragédias quantos triunfos. O que podemos esperar de Deus afinal?

Certa manhã, liguei a televisão, e  ouvi um tele-evangelista dizer: "Estou com raiva de Deus", disse com um olhar furioso. Parecia uma confissão surpreendente da parte de um homem que havia feito carreira em cima da idéia de "fé do ta­manho da semente de mostarda". Durante anos tinha prega­do que Deus intervém diretamente em favor de seus seguidores.

Mas, disse ele, Deus o tinha decepcionado, e ele passou a ex­plicar. Deus lhe dera ordens para que edificasse um grande ministério e, no entanto, o projeto se revelou um desastre fi­nanceiro. Agora ele era obrigado a vender propriedades a preço baixo e a reduzir programas. Ele tinha feito sua parte do acordo, mas Deus não tinha.

Algumas semanas depois vi novamente o evangelista na televisão. Dessa vez ele estava transpirando fé e confiança. In­clinou-se em direção à câmera, o rosto enrugado se abrindo num amplo sorriso, e apontou o dedo para um milhão de espectadores. Algo bom vai acontecer com você nesta semana! — disse, esticando ao máximo a palavra "bom". Era como um bom vendedor, profundamente convincente. Alguns dias de­pois, contudo, ouvi pelo noticiário que seu filho havia se suici­dado. Não pude deixar de imaginar o que o evangelista disse para Deus naquela semana fatídica.

Aconteceu com pessoas como o tele-evangelista,  e acontece com cris­tãos comuns. Primeiro surge o desapontamento, então uma se­mente de dúvida, depois uma reação confusa de ira ou de sen­sação de ser traído. Começamos a questionar se Deus é digno de confiança, se de fato podemos confiar a ele as nossas vidas.

Sei que alguns cristãos rejeitariam sem mais nem menos a expressão "decepção com Deus". Tal idéia é inteiramente errada, dizem. Jesus prometeu que a fé do tamanho de uma semente de mostarda é capaz de transportar montanhas, que qualquer coisa pode acontecer se dois ou três se reunirem pa­ra orar. A vida cristã é uma vida de vitória e triunfo. Deus quer que sejamos felizes e prósperos e que tenhamos saúde; qualquer outra condição revela uma falta de fé.

O divorcio dos Pais de Richard

  Fiz tudo o que podia para evitar o divórcio — disse. — Eu tinha acabado de me tornar um cristão na universidade, e fui tolo bastante para crer que Deus se importava. Eu ora­va sem parar de dia e de noite para que eles se reconciliassem. Cheguei até mesmo a deixar a escola por um tempo e fui pa­ra casa para tentar salvar a minha família. Pensei que estava fazendo a vontade de Deus, mas acho que tornei as coisas pio­res. Foi minha primeira experiência amarga de oração sem res­posta.

O fim do noivado e a frustação por não conseguir emprego

Em seguida me falou de uma oportunidade de emprego que não deu certo. O empregador deu para trás e contratou alguém com menos qualificações, deixando Richard com dívi­das na escola e sem qualquer fonte de renda. Mais ou menos na mesma época, a noiva de Richard o largou. Sem qualquer aviso ela cortou o relacionamento, recusando-se a dar qual­quer explicação para sua repentina mudança afetiva. Sharon, a noiva, havia tido um papel fundamental no crescimento espi­ritual de Richard, e, quando ela o deixou, ele sentiu parte de sua fé também escapar de suas mãos. Eles freqüentemente ha­viam orado juntos acerca do futuro deles; agora essas orações pareciam piadas de mau gosto.

Dolorosas feridas de rejeição, sofridas quando seus pais se separaram, pareciam reabrir. Deus estava dando o fora ne­le assim como Sharon tinha feito? Ele visitou um pastor em busca de conselho. Disse que sentia-se como uma pessoa se afo­gando. Queria confiar em Deus, mas, sempre que estendia a mão para cima, apanhava um punhado de ar vazio. Por que devia continuar crendo num Deus que aparentemente não se interessava em seu bem-estar?

 

As Perguntas Que Ninguém Faz em Voz Alta


1.  Deus é injusto? Richard havia tentado seguir a Deus, mas ainda assim sua vida se destroçou. Como seus desaponta­mentos se reconciliavam com as promessas bíblicas de recom­pensas e felicidade? E que dizer das pessoas que negam aberta­mente a Deus, mas assim mesmo prosperam? É uma velha quei­xa, tão velha quanto Jó e os Salmos, mas continua sendo uma pedra de tropeço para a fé.

2.  Deus está calado? Três vezes em que se defrontou com escolhas cruciais em sua vida educacional, profissional e afeti­va, Richard implorou a Deus que lhe desse orientação clara. Em cada uma dessas vezes imaginou que tinha percebido a von­tade de Deus, para no final descobrir que aquela escolha tinha conduzido ao fracasso. "Que tipo de Pai é ele?" Richard inda­gou. "Ele tem satisfação em me ver dando com a cara no chão? Disseram-me que Deus me ama e tem um plano maravi­lhoso para minha vida. Ótimo. Então por que ele não me con­ta que plano é esse?"

3.  Deus está escondido? Acima de todas, essa pergunta obcecava Richard. Para ele parecia que um mínimo irredutí­vel, uma questão fundamental da teologia, era que Deus devia de algum modo provar sua própria existência: "Como posso manter um relacionamento com uma Pessoa que nem mesmo sei se existe?" No entanto, para Richard parecia que Deus ha­via-se escondido de propósito, até daqueles que o procuravam. E, naquela madrugada dramática, quando a vigília de Richard não obteve resposta, ele simplesmente não quis mais saber de Deus.

Em momentos de crise esperamos uma ação sobrenatural de Deus, todavia nos surpreendermos quando ouvimos uma voz doce e suave nos chamando para sair da caverna.

O fato é que não estamos acostumados a parar, para ouvir o que Deus tem a nos dizer, e por isso não ouvimos a sua voz.  Lembro-me de um amigo que estava com o casamento marcado, todos os moveis comprados, já havia recebido vários presentes, entretanto Deus falou que não era para ele se casar com aquela moça.

O jovem Jó terminou o noivado, e devolveu todos os presentes que tinha ganhado, a família da noiva se revoltou contra ele, pois não havia motivo aparentes para o rompimento do noivado faltando apenas 15 dias para o casamento.  Contudo o que ninguém sabia é que a jovem tinha um caso com o seu ex-namorado que estava preso, o visitando frequentemente na cadeia.  A grande causa das nossas decepções com Deus ocorre por que não somos obedientes quando ouvimos sua voz.   

Mas,  quando a pessoa é  obediente, e Deus não responde a sua oração?

Existem perguntas que não precisam de respostas, pois Deus é tão sábio que até no silêncio Ele nos ensina.  Entretanto as pessoas querem que suas orações sejam respondidas na mesma rápidez que um fast-food é feito. As nossas expectativas estão fundamentadas na religiosidade e não em um relacionamento sincero e profundo com Deus.

Jesus o Deus-encarnado é o modelo fiel do Pai, e quando as pessoas queriam que ele realizasse algum milagre, ele não fazia, enquanto as pessoas matavam para ter fama Jesus queria se esconder atrás do anonimato.

Portanto entendo o sentimento de frustação quando uma oração não é respondida, mas será que o pedido está de acordo com a vontade de Deus ?

terça-feira, 19 de junho de 2012

LEI DA MOTIVAÇÃO


¨No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. (João 16; 33)



  Jesus foi mestre na arte de motivar seus discípulos, e a psicologia motivacional usada por Ele foi o bom animo, essa poderosa ferramenta deveria ser enxertada na alma dos discípulos. O mestre motivou seus discípulos a suportarem as tempestades da vida, a nunca desistirem de seus sonhos, a não desfalecerem diante dos problemas, das aflições, das perseguições e a investirem em humildade, justiça e bondade.

  Havia uma mulher que há doze anos sofria de hemorragia, ela gastou todo o seu dinheiro com médicos, mas a cada dia a sua situação ficava pior, chegou ao fundo do poço ao ser rejeitada pela sociedade. Ao saber dos prodígios realizados por Jesus, começou florescer em seu coração a esperança de um dia ser curada por Ele, mas como encontrá-lo, foi quando soube que Jesus passaria pela sua cidade. Decidiu ir ao encontro do mestre e tocar em suas vestes, veio humildemente e tocou a orla das vestes de Jesus, imediatamente Ele parou e perguntou quem me tocou, ela toda tremula disse foi eu Senhor, Então Ele disse filha tem bom ânimo. Jesus motivou esta mulher a viver novamente em sociedade, a dar continuidade aos seus sonhos e a resgatar a sua história.

   Na cidade de Cafarnaum enquanto Jesus ensinava numa casa, quando quatro homens desceram um paralitico pelo telhado deitado em uma cama e Jesus ao ver a fé daqueles homens disse; Filho tem bom ânimo, perdoados são os seus pecados. A maior prisão vivida pelo paralitico não era sua deficiência física e sim a síndrome da culpa, certamente foram os seus erros do passado que o levou aquela situação, por isso ele não conseguia ser feliz, quantos crentes estão dentro da igreja aprisionados pelos seus erros do passado.

   João o apostolo do amor disse que se o nosso coração nos condena maior é Deus, o coração daquele paralitico o condenava, mas apareceu quem é maior que o coração e lhe ofereceu perdão. Jesus motivou aquele paralitico a viver, a ser feliz e não viver preso por causa dos erros do passado.

  Depois de realizar várias curas Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco, enquanto Ele orava no monte, mas sobreveio um forte vento o qual açoitava a pequena embarcação, na quarta vigília da noite o mestre vem caminhando sobre as águas, quando os discípulos viram alguém andar sobre as águas começaram a gritar de medo, o mestre disse; tem bom animo sou eu; dessa forma Jesus ensinou seus discípulos a vencerem o medo, e nunca desistirem de seus ideais, mesmo quando a tempestade vier, sempre lute e não desista jamais.

  Quando Dom Pedro deu o grito da liberdade às margens do Rio Ipiranga, talvez muitos pensaram que realmente estavam livres da colônia portuguesa, entretanto o processo de liberdade durou aproximadamente dois anos, algumas tropas portuguesas resistiram, e travou se grande luta em Salvador, até que um general motivado pela possibilidade de ser livre contrário a ordem do seu superior de recuar,  avançou e conseguiu expulsar as tropas portuguesas.


MOTIVANDO HOMENS DESMOTIVADOS


   O ego dos israelitas estava ferido por causa do jugo romano, os homens que falavam de Deus eram cruéis e sanguinários, o povo vivia miseravelmente por causa dos impostos cobrados pelo império romano. De repente surge um homem sem parecer, sem formosura, o qual começa a vender o sonho de dias melhores trazendo esperança a milhares de pessoas, foi como se uma luz brilhasse em meio às trevas.


O povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. (Mateus 4;16) 

 Foi dessa forma que Jesus encontrou o povo judeu, sem alegria, sem esperança, sem sonhos: ¨Como um pássaro sem asa, mas ao invés de estar fora do ninho, isto é, no cativeiro babilônio, Israel estava como um pássaro sem asas dentro do ninho, isto é sob o jugo romano. Nada é tão comovente como ver um pássaro sem asas, pois ele não tem alegria, não pode voar, não consegue realizar seus sonhos. Para a infelicidade do povo os lideres eram pessoas corruptas, as quais só pensavam em se auto beneficiar, a custa da população pobre. De modo que os que eram ricos tornavam-se ainda mais ricos e os que eram pobres tornavam-se tão miseráveis, ao ponto de perderem o prazer de viver e a confiança de alcançarem dias melhores, e melhores condições de vida.

  Foi nessas circunstancias que Jesus encontrou o povo Israelita, ele mesmo passou por vários estágios de sofrimento desde o seu nascimento em uma manjedoura, e na adolescência ao perder o seu pai, e ter que assumir precocemente a responsabilidade de cuidar de sua mãe e de seus irmãos.

  Ele tinha todos os motivos do mundo para ser uma pessoa deprimida, estressada, ou até mesmo amargurada por perder sua juventude, mas Ele se tornou uma pessoa altruísta sonhadora completamente apaixonada pela vida, cujo desejo era o de resgatar a humanidade. As pessoas que o ouviam falar ficavam extasiadas pela sua mensagem otimista, cujo foco estava na recuperação dos sonhos destruídos e dos projetos falidos, esta palavra começou a surtir efeito nos corações das pessoas, resgatando a autoestima delas, as motivando a lutarem por seus ideais.

 MOTIVANDO SEUS DISCIPULOS A SEREM RESILIENTES

   O Mestre treinou constantemente aos discípulos com a finalidade deles aprenderem a arte da resiliência, pois o objetivo de Jesus era o de estruturar aqueles jovens galileus e prepará-los para enfrentarem as intempéries da vida, a superarem as adversidades, e a contornarem os obstáculos.
  
  Entretanto para eles aprenderem a serem resilientes, eles precisavam sair da sua zona de conforto, na qual estavam psico adaptados, e por isso Jesus os enviou em uma missão na qual eles não poderiam levar duas túnicas, nem ouro, e nem mantimentos, de modo que  teriam que se adaptar aos locais visitados.
   
  A lição dada por Jesus aos seus discípulos transcende toda a preconcepção humana
acerca do cuidado e do amor de Deus para com seus filhos, pois durante aquela missão,
os discípulos aprenderam a depender da graça, e da soberania de Deus no suprimento
das suas necessidades. Foi em meio às adversidades que eles conheceram a Deus de
uma forma que jamais  haviam imaginado, pois a religiosidade embutida em seus corações
o afastavam do verdadeiro relacionamento com Deus. 
  
  Professores, Educadores e Mestres ensinem aos seus alunos a terem um relacionamento pessoal com Deus, a dependerem do Amor do Eterno, em todos os momentos.
Paulo o apostolo tardio conheceu a Jesus através de uma revelação mística perto de Damasco na Síria, e conheceu a Deus de uma forma tão profunda e sincera, que ele aprendeu a ser resiliente, a suportar as intempéries da vida, a contornar os obstáculos, e
a depender de Deus em todos os momentos da sua vida.

¨Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia.¨   ( Rom 8:35-36)     

  
   O verdadeiro discípulo deve estar alicerçado sobre a grande Petra, para não ser derrubado por uma série de fenômenos naturais, os quais ocorrem como um ataque terrorista orquestrado pelo diabo, a fim de destruir a fé e a esperança dos servos de Deus.
Jó um homem reto e fiel, da era pré-patriarcal sofreu simultâneos ataques de natureza cosmológica, (fogo e vento), e de natureza psicologia, (sabeus e caldeus).
 
  Portanto o diabo pode atuar na cosmologia do universo se utilizando dos fenômenos naturais, tais como terremotos, tsunami, furações, etc.
E também pode manipular o psiquismo coletivo, usando os homens para fins maléficos, através de guerras, do holocausto e de ataque terroristas.
  
  Todas essas ações diabólicas tem o objetivo de machucar, e de ferir a humanidade, visto que Deus, quando ocorreu a queda salientou que a serpente se alimentaria de pó, ou seja, do sofrimento, e da miséria humana, e das desgraças que assolam a humanidade.
É por isso que Jesus motivou seus discípulos a suportarem as adversidades com paciência
e com amor, pois ele tinha consciência dos males causados pela ação diabólica.
 
  
  Segundo Maslow é muito difícil definir o conceito de motivação, que tem sido utilizado de tão variados sentidos. O motivo é aquilo que impulsiona o indivíduo a agir de determinada forma, e nesse sentido, a motivação está relacionada com o seu sistema cognitivo. As pessoas são diferentes no que se refere à motivação: as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, produzindo diferentes padrões de comportamento; os valores sociais, as capacidades para atingir os objetivos são igualmente diferentes, etc.

 A motivação corresponde ao conjunto de fatores psicológicos, conscientes e não conscientes de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta do indivíduo.

A motivação é um conceito que se invoca com frequência para explicar as variações de determinados comportamentos e, sem dúvida, apresenta uma grande importância para a compreensão do comportamento humano. É um estado interno resultante de uma necessidade que desperta certo comportamento, com o objetivo de suprir essa necessidade. Os usos que uma pessoa der às suas capacidades humanas dependem da sua motivação - seus desejos, carências, ambições, apetites, amores, ódios e medos. As diferentes motivações e cognições de uma pessoa explicam a diferença do desempenho de cada uma.

Os “fenômenos motivados” apresentam comportamentos que parecem guiados pelo funcionamento biológico do organismo da espécie: como o de beber, comer, evitar a dor, respirar e reproduzir-se, porém, não obstante, temos os de natureza motivacional que seriam os comportamentos resultantes de necessidades, desejos, propósitos, interesses, afeições, medos, amores e uma série de funções correlatas. Alguns psicólogos afirmam que também é o desejo consciente de se obter algo, sendo assim, uma determinante da forma como o indivíduo se comporta. Está envolvida em várias espécies de comportamento como: aprendizagem, desempenho, percepção, atenção, recordação, esquecimento, pensamento, criatividade e sentimento. A motivação também possui elementos complexos, inconscientes e, muitas vezes, antagônicos, gerando assim, constantes conflitos. Mas, com certeza, é a motivação que move o Homem.


Considerações Históricas:

Os sistemas de crenças do homem primitivo eram tais que a motivação não constituía grande problema, pois no início de sua história o comportamento era atribuído por forças ocultas, a espíritos ou demônios, que o animavam, ou seja, se o seu comportamento fosse socialmente aceitável dizia-se que era um bom espírito que estaria lhe guiando, caso não fosse socialmente aceito acreditava-se que a culpa era do mau espírito ou do demônio, sendo assim o espírito determinava a natureza do comportamento.

É claro que o nome dessas forças mudaram com o passar do tempo, mas mantendo o seu conceito estável, apesar de fazer pouca diferença se a ela se dava o nome de espírito, demônio, alma ou mente.

Enquanto esses agentes forem considerados responsáveis pelo comportamento, a investigação científica da modificação do homem foi praticamente impossível. Gradativamente os espíritos humanos começaram a desaparecer e acabaram sendo substituídos por novos conceitos.

No início do século XX a motivação ganhou uma ênfase maior devido em parte aos esforços de William McDougall, um cientista britânico do comportamento, que fez com que a motivação ganhe um espaço importante na psicologia. McDougall chamava os motivos instintos, que para ele eram um processo biológico inato que predispunha o organismo a verificar estímulos especiais que respondiam a movimentos de aproximação ou prevenção.

Em 1908 McDougall publicou uma lista que apresentava a curiosidade, repulsa agressão, autoafirmação, fuga, criação de filho, reprodução, fome, sociabilidade, aquisição e construtivismo, como "instintos" e esta lista fez com que muitos cientistas ficassem satisfeitos, passando a citar literalmente vários instintos, inclusive, o de ser moral.

Nos dias de hoje os psicólogos passam pouco tempo a tentar identificar tipos determinados de motivos; a maioria deles enfoca a descrição e sua explicação sobre as influências do comportamento motivado.


Classificação dos Motivos

IMPULSOS BÁSICOS: Estimulam comportamentos que visam satisfazer necessidades básicas, baseadas na fisiologia. Exemplo: ar, água, sexo, prevenção da dor (desprazer) e equilíbrio biológico interno (homeostase). Podem ser muito influenciados pela cultura (experiência).

MOTIVOS SOCIAIS: Surgem para satisfazer as necessidades de sentir-se amado; Está intimamente ligado ao contacto com outros seres humanos e isso é decisivo para o sucesso em ajustamento (adaptação).

MOTIVOS PARA ESTIMULAÇÃO SENSORIAL: As pessoas e outros animais precisam desta estimulação, que pode ser um estímulo externo (do meio) ou interno (auto-estimulação, como cantar de boca fechada, por exemplo). Sem esses estímulos, que são experiências sensoriais, os indivíduos alucinam, no intuito de gerar auto-estimulação.

MOTIVOS DE CRESCIMENTO: São os que levam os indivíduos ao aperfeiçoamento pessoal sem se importarem com o reconhecimento. Acham-se intimamente ligados aos motivos de estimulação, exploração e manipulações sensoriais. O motivo de realização muitas vezes é considerado um motivo de crescimento.

IDEIAS COMO MOTIVOS: As ideias podem ser intensamente motivadoras, proporcionando comportamentos motivados por sugestões, que podem até mesmo comprometer a integridade física do indivíduo. Essas ideias podem gerar conflitos, quando ocorre a dissonância cognitiva, mas geralmente as pessoas são motivadas a manterem cognições coerentes.


A Hierarquia dos Motivos segundo Maslow - A Pirâmide de Maslow

 
  O psicólogo Abraham Maslow concluiu que é inato dos seres humanos cinco sistemas de necessidades, que são dispostos hierarquicamente em forma de pirâmide, de onde podemos constatar que, por mais que as pessoas estejam socializadas, elas continuam a ser «animais carentes» durante toda a sua vida.

Após alcançarmos um estágio de necessidades, um outro o substitui, fazendo-nos subir através de sistemas de necessidade cada vez mais elaboradas, desde que essas novas necessidades não comprometam ou abatam as necessidades inferiores, porém mais básicas e essenciais do ser humano. Por exemplo, quando uma pessoa é privada de alimento, ela tende a pensar que apenas a comida a faria plenamente feliz e que nunca precisaria de outra coisa. Do mesmo modo, uma pessoa tenderá a abrir mão de tudo o que possui, para antes satisfazer essas necessidades básicas como ar, alimentação, água etc.

Uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas básicas, aparece a necessidade da pessoa sentir-se protegida, até mesmo para que esta necessidade sirva de proteção para que as necessidades básicas continuem a ser atendidas. Surge então o desejo pelo emprego estável, cadernetas de poupança, etc., ou ainda de se fundamentar em religiões e filosofias para que as suas vidas fiquem organizadas, gerando assim, uma sensação de segurança.

Quando as necessidades de segurança são satisfeitas, aparecem as necessidades de afeição, aceitação, de fazer parte de um grupo. Elas procuram amar e ser amadas. Segundo Maslow, o rompimento dos laços familiares faz com que o ser humano procure noutra pessoa a satisfação das necessidades de amor. Se essas necessidades forem atingidas, dominam as necessidades de estima, que são as realizações, as aprovações e o reconhecimento da sociedade.

Finalmente, quando todas as outras necessidades estão garantidas, as pessoas procuram auto-realização, mas apenas 1% da população a consegue.
  
   É importante observar que os dois conjuntos de necessidades na base da pirâmide estão relacionados com o “pessoal”, enquanto que os conjuntos de necessidades acima estão relacionados com o “social”; de onde se conclui, que o ser humano não conseguirá relacionar-se em uma sociedade caso a integridade das suas necessidades fisiológicas e de segurança estiverem comprometidas e/ou abaladas.

Aspectos Biopsicossociais da Motivação

A) Aspectos biológicos

A concepção do homem como um produto social deixa lugar para os impulsos fisiológicos básicos – que são as exigências mínimas para a sobrevivência biológica. Por exemplo, a necessidade de alimento é satisfeita em todas as sociedades, mas a maneira específica pela qual entra no quadro da motivação do indivíduo é determinada pela sociedade que varia amplamente de cultura para cultura, de época para época. O que se considera realmente básico quanto à motivação, é um conjunto de impulsos biológicos, e esses impulsos estão relacionados com as exigências fisiológicas do corpo e a sua sobrevivência: exigência de alimentação, água, oxigênio, afastamento de estímulos dolorosos e outros semelhantes.

A ação motivada foi, em grande parte explicada e reduzida apenas aos impulsos não despertados: por exemplo, o esgotamento das substâncias alimentares no corpo do animal leva a um estado de inquietação; ele age, encontra e come o alimento. Quando o seu corpo está satisfeito, o seu impulso reduz-se.

O homem, assim como o animal, é também concebido como sendo em grande parte conduzido por instintos biológicos. As tendências biológicas inatas eram às vezes chamadas de instintos, que é mais do que um impulso inato; o instinto refere-se tanto ao impulso quanto à atividade adequada para satisfazê-lo.

Motivação Sexual

As pessoas podem facilmente sobreviver sem sexo. No entanto, a perpetuidade da espécie ficaria comprometida.

Os psicólogos classificam a motivação sexual como um impulso fisiológico básico. O impulso sexual não pode ser entendido somente como resultado de reprodução. O indivíduo aprende a maneira de reduzir esses impulsos, e ao fazê-lo, vem a desenvolver impulsos adquiridos, por exemplo, ao procurar um par para satisfazer um impulso sexual, pode aprender que o prestígio social é um auxílio para conseguir um objetivo.

B) Aspectos psicológicos

Os motivos básicos do homem são inconscientes. Ele desconhece as razões reais de grande parte de seu comportamento. As razões reais são tendências instintivas “profundas” que se manifestam sob formas complexas. As suas escolhas e ações não são o resultado de uma análise racional da situação, uma avaliação deliberada das consequências; os «motivos» do homem inconsciente estão todos nele, mas a maneira pela qual governam o seu comportamento e sua experiência interior são inteiramente diferentes. Isto não significa que o homem deixa de dar sentido ao seu comportamento.

Ele tem a experiência ‘interior’ de necessidades e desejos, objetivos e intenções, e tende a ver a maioria do seu comportamento relacionado de maneira significativa com tais experiências. Mas, os motivos que ele experimenta são muitas vezes falsas aparências dos motivos inconscientes, e a sua compreensão da sua motivação é apenas racionalização.

Embora existam muitos precursores históricos sobre estas opiniões, foi Freud quem chegou ao desenvolvimento completo desta concepção; as suas teorias não procuram apenas uma explicação da motivação humana, mas atingem os problemas mais amplos de uma explicação da personalidade total. Para identificar os motivos na pessoa é necessário inferir as necessidades específicas, os desejos e os objetos de que a pessoa tem experiência anterior. Uma forma de fazê-lo é estudar o seu comportamento e inferir as suas necessidades e desejos a partir do caráter sistemático do comportamento, e inferir os objetivos dos efeitos produzidos pelo seu comportamento. Outra maneira é pedir que a pessoa nos diga as suas necessidades, quais os seus desejos e objetivos; estes métodos são suplementares e ambos necessários, mas podem apresentar dificuldades especiais.

C) Aspectos Sociais

O homem aprende as formas de viver da sua cultura ao procurar satisfazer as necessidades básicas. Interioriza os costumes, os rituais, os valores da sua sociedade, e a sua estrutura motivacional é formada, fundamentalmente, por essas influências sociais. Por isso dá-se aos impulsos biológicos o papel mínimo que permite a sobrevivência do organismo, e tudo o mais é concebido como socialmente determinado.

As origens dos seus motivos estão nas exigências do seu grupo social; o homem reflete a sua cultura, os seus motivos, desejos, objetivos, as suas intenções e tudo isto é o reflexo das necessidades da sociedade. O homem é um animal social, assim como um animal biológico. Assim como houve uma seleção natural do processo evolutivo que produziu o ser humano com motivações humanas, também, possivelmente, existiu uma seleção e uma evolução sociais, nas quais a natureza humana chega a ser tal que as sociedades sobrevivem e realizem as funções da vida grupal.



terça-feira, 12 de junho de 2012

No Divã com Jesus


Segundo o Psicanalista Clínico Jackson Garcia o olhar psicanalítico não tem o objetivo de apontar o que o paciente necessita fazer para entender seus porquês, e, sim, pensar e refletir juntos, levando-o a fazer leituras de sua vida por ângulos que ainda não observou.

Assim, por meio da análise, pelo olhar investigativo da história do todo da pessoa, sem ignorar os pequenos eventos, por mais insignificantes que sejam, é que a terapia psicanalítica procura montar e decifrar  a história do paciente, como alguém em busca ávida das peças exatas para o encaixe perfeito do quebra-cabeça. 

Entrei na sala de consulta às 18h00min sentei no Divã e comecei a dialogar com o doutor, contei para ele todos os meus problemas, estava estressado por estar desempregado, deprimido por meu casamento está à beira da falência, e frustrado por que todos os meus projetos fracassaram, foi nesse exato momento que não pude conter as lágrimas e desabei, minha voz ficou embargada e entre palavras e soluços contava para o doutor que não aguentava mais tanta dor.

As feridas da minha alma eram profundas demais, para serem curadas, o grito de desespero solapava meu peito com muita força, contudo minha alma estava amordaça sem forças para lutar contra as adversidades, me senti um inútil e cheguei à conclusão de que minha vida não tinha valor.

O doutor ouvia meu desabafo calado, então fiquei cético, e pensei será que esse doutor está me entendendo, será que ele se importa comigo. De modo que fiquei aterrorizado só de pensar que talvez ele nem tivesse me ouvindo, mesmo assim continuei contando a minha história.

Durante a seção o doutor apenas avaliou o meu caso, mas o mais estranho foi que ele não me disse uma palavra sequer, alias seu silencio era intrigante, pois me confortava.

 Me senti aliviado, pois um grande peso tinha saído das minhas costas, fui pagar o doutor, mas ele não cobrou pela consulta, achei estranho.

A segunda consulta aconteceu alguns dias depois, onde novamente me sentei no divã, e contei minha história para o doutor, só que dessa vez a situação era bem pior, pois minha filha morreu em um acidente de carro, e me sentia culpado, tinha pesadelos, fiquei com síndrome de pânico, depressão, e hipocondria.

Todavia não sabia que o Autor da Vida havia criado um mecanismo chamado psicoadaptação emocional que atua na Memória de Uso Continuo (MUC) conduzindo a dor da perda para a Memória Existencial (ME), ou seja, tira o acidente do consciente e o leva para o inconsciente, e ele se torna lembranças.

 As lembranças não apagam da memória o acidente e nem a perda, elas apenas suavizam a dor, conduzindo o trauma para o inconsciente onde ele é arquivado.  Contudo não há como mensurar as dores de uma perda, visto que as pessoas reagem de formas diferentes quando expostas a traumas similares.

O doutor conhecia todos os mecanismos da memória, neurônios, neurotransmissores, hipocampo, hipotálamo e casa célula que forma a mente, ele também conhecia os diferentes tipos de organismos, e suas reações diante de todo tipo de problema. Alias esse doutor sabia quais eram meus pontos fortes e meus pontos fracos, sabia que quando a noite chegava, o medo controlava minhas emoções, pois as imagens do acidente ficavam vivas em minha memória.

As minhas emoções estavam em frangalhos, estava à beira de um ataque de histeria, mas foi nesse momento que percebi que o olhar do doutor Jesus penetrava em meu ser, e curava os meus traumas interiores, e quanto mais olhava para ele, mais me sentia aliviado.

Deitado no divã de Jesus aprendi a valorizar as pequenas coisas da vida, a inalar o perfume dos lírios do campo, a reconhecer o valor de uma amizade, a ser feliz independente das circunstancias.