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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Esgotamento Espiritual


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Por definição, entendemos que o Esgotamento é um termo leigo, mas muito expressivo e bastante procedente. Trata-se de uma situação clínica onde se esgota a capacidade de adaptação, portanto, é um quadro que pode aparecer acompanhando outros estados emocionais. 

Para entender o que é e como ocorre o Esgotamento, o primeiro passo é, como sempre, estudar a Ansiedade (patológica) e os Transtornos do Humor. Atualmente esse termo é de uso corrente entre as pessoas participantes daquilo que chamamos vida moderna. Ninguém gosta de pensar na Ansiedade, no Estresse, no Esgotamento ou na Depressão como formas de algum transtorno emocional, é claro. 

Isso pode parecer muito próximo do descontrole, da "piração" ou da loucura e, como de fato, todos temos a possibilidade de, pelo menos uma vez na vida, sermos afetados pelo estresse, pelo esgotamento ou pela depressão, então será melhor não considerá-los como formas de algum transtorno emocional. Mas não é este nosso foco de estudo, estudaremos o Esgotamento sob o prisma espiritual.

Às vezes ficamos tão frustrados! Será que o Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou a fim de ser o fundador de um clube social em que todos procuramos ser como ele é....cantar no coral, levar nossos filhos às reuniões, à escola dominical, ouvir as palestras animadoras de todos domingos, dizer "amém" nos momentos certos e participar de algum programa social nas noites de terça ou quinta-feira com algum grupo familiar, ou células familiares como irmãos da igreja?

 Se isso tudo a respeito de Jesus, ele é bem maçante, muitos pensam assim! São aquelas pessoas vítimas em potencial do esgotamento espiritual - a menos que em suas fadigas obtivesse as respostas que tal pessoa almejava. De fato, tal indivíduo é realmente um porta-voz de muitas pessoas que se sentem da mesma maneira, e que jamais o confessariam abertamente, em público.

Que veneno mortífero é esse que se espalha por toda a igreja nestes dias? Temos procurado evitar o problema fugindo dele, fingindo que não existe ou pondo a culpa muitas vezes no diabo, justificando-o assim desta forma - e em seguida evitamos também confrontar os crentes exauridos, queimados espiritualmente, que abandonam a comunhão, e saem da igreja tomando antipatia por ela. Todavia, o problema está aí no seio da igreja, e insiste, persiste para não ir embora. Há bem da verdade, vai se tornando uma doença, cujo alastramento transforma-se numa doença epidêmica.

Certa manhã, o irmão Malcolm passeando pelas montanhas Catskill, em Nova York, presenciou uma cena inesquecível para ele. Enquanto o irmão descansava assentado numa pedra, ao lado de uma lagoa cujas águas estavam cobertas por algas. Enquanto mosquitos se entretiam numa dança interminável, bem perto da superfície do lago, ele observava indolentemente umas libélulas em seu voo rápido entre os juncos. Uma rã tomava sol, aquecendo-se deitada numa rocha parcialmente submersa, bem no centro da lagoa.

Em um dado momento, o irmão Malcolm despertou para algo extremamente surpreendente. Acontecia algo esquisito, muito estranho com aquela pequena rã. Diante dos seus olhos ela entrou num profundo colapso...não caiu da pedra onde estava, mas subitamente aquela pequena rã murchou como se fosse uma bexiga, um balão com um furinho, onde vazava o ar. Finalmente, só restou mesmo ali, um montinho horroroso de pele de rã; o seu recheio desaparecera totalmente de forma brutal!

Só então após observar mais acuradamente, o irmão Malcolm pode ver o assassino. Um besouro d´água gigante havia picado aquela rã, injetando nela uma substância tão venenosa que lhe dissolvia as entranhas. Em seguida, o besouro passou a sugar o conteúdo da rã, deixando só a pele, como se fora uma sacola vazia de mercearia, estirada morta sobre aquela rocha.

Qual lição poderíamos extrair desta cena? A que conclusões poderíamos chegar com esta observação do irmão Malcolm? Muitos crentes nossos irmãos são como essa rã...algo lhes suga toda a vida interior, arrebata-lhes toda a vitalidade. Eles paulatinamente vão se tornando espiritualmente esgotados, cansados, espiritualmente exaustos por não verem cumpridas as promessas do evangelicalismo moderno, daquelas bênçãos prometidas nos púlpitos quando os irmãos enfrentam as campanhas, as reuniões, e nada acontece como eles sonham. 

Tais frustrações fazem com que seus pensamentos se tornem cínicos e negativos. Eles não crêem mais em Deus e acham que a Bíblia Sagrada conta apenas estórias da carochinha. Tais crentes estão agora amargurados, perplexos, abatidos, derrotados, ressentidos com Deus, com a vida, com parentes, com irmãos e com a igreja. 

Como se Deus estivesse longe e ocupado demais com outros milhares de problemas que nem se importa mais com os seus problemas. Tais irmãos queimaram-se espiritualmente, agora só lhes resta mesmo o monturo, o desprezo, e o terrível abandono pela "igreja" das quais outrora fora membro ativo, principalmente quando era um grande ofertante, um grande e fiel dizimista.