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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

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NAVALHAS DA GLÓRIA
Paulo disse que deveríamos nos gloriar na esperança da glória de Deus, e, também, nas próprias tribulações, sabendo nós do bem, do poder de forjamento e de produtividade espiritual e de caráter de fé, que o triturador de vaidades e de falsas importâncias que a tribulação/provação gera como beneficio para o ser.
De fato Paulo estava nos apresentando a experiência das navalhas da glória.
O forjamento de um ser humano glorioso, em um mundo de ilusões, só pode ser feito [sem o poder da amargura filosófica], pela via das navalhas da glória, que são as tribulações desmontadoras das fábricas de ilusões; e que apenas adocicam o ser e o iluminam com a alegria da verdade/realidade, no caso de ele interpretar tudo como obra do Escultor; embora, ele mesmo, o homem, precise se oferecer, em amor, como matéria para o esculpir; visto que, no processo existencial, o homem não seja inanimado, e, por isto, tenha que ser matéria viva e auto-ofertante ao Escultor — como se a pedra ou a madeira dissessem ao Escultor: Eis-me aqui. Me esculpe. Ofereço-me... Mudo de posição. Mudo de textura. Mudo conforme Seu desejo. Tu és o Escultor [ou Tapeceiro]. Eu sou uma matéria parceira da transformação e na arte do Teu amo;, e o faço deliberadamente, cada dia mais.
As navalhas da glória são feitas de sabedorias divinas aplicadas a circunstancia do homem, somadas o que, no homem, pela Graça Livre e pela Graça da decisão na Graça feita pelo homem — formem um termo/único de poder mutante; e que não comporta o dualismo Escultor ou Escultura Sujeita de seu próprio destino; tanto quanto não comporta o problema: Tapeceiro ou Parceiro.
Não! Tudo provém de Deus. Porém, a provisão de Deus é que o Tapeceiro conte com a Parceria do homem no ofertamento de si mesmo como parceiro e cooperador de Deus no trabalho de sua caminhada de glória em glória.
Não existe este dilema. Somente existe em quem pensa a vida com categorias fixas; tipo: se Deus é o tapeceiro, então eu sou um tapete inerte; ou, então: se Deus é o Escultor, então, eu sou um escultura inerte; sempre a espera do desejo Dele, de esculpir...
Mas não é assim no Evangelho.
Deus é vivo; e a oferta é viva também...
Este é o culto racional:
A entrega do homem vivo ao Deus vivo — por amor; aceitando o que não entende ainda; e assumindo conscientemente tudo o que já entende; fazendo-se, de um lado, obra e feitura de Deus, e, de outro lado, oferecendo-se como sujeito deliberadamente ativo na disposição de cooperar com Deus, andando conforme a Vontade revelada de Deus.
Enquanto a gente não aprende isto pela experiência das navalhas da glória, da esperança da glória eterna vivida na ambigüidade da dor e da tribulação, no máximo a pessoa aceita isto como um bom argumento a ser usado na ajuda aos que estejam com tal problema ou conflito.
Antes das navalhadas da glória tudo isto é apenas estoicismo ensinado com máscara cristã. Seria uma espécie de Zen Fé Cristã.
O caminho da glória, portanto, segundo Jesus, Paulo e todos os apóstolos — é a vereda estreita da glória forjada como navalhada na existência.
No fim cada cicatriz fica romântica, cada ferida se torna poesia, toda dor converte-se em canção de ninar, e toda perda se torna o maior lucro.
No fim, cada marca é de Cristo em nós.
Alguém quer ainda discutir o processo?...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015



O xadrez como metáfora da vida


Estava andando no parque e me detive ao ver um senhor de idade e seu neto (assim o entendi), jogando uma partida de xadrez. Pareceu-me entretanto, que aquilo era mais que um simples jogo. A cada lance havia um dialogo implícito sobre a vida.
De um lado o experiente jogador, cauteloso, ponderado, prudente e tranquilo por ter jogado inúmeras partidas vida afora. Cada jogada era precedida de um saboroso momento de contemplação de todo o tabuleiro.As possibilidades eram descobertas como quem garimpa a pedra dos sonhos, e a cada descoberta um sorriso sereno.
Do outro lado o jovem jogava com impetuosidade, rapidez, impaciência e buscava finalizar o jogo o mais rápido possível. Provavelmente aquele jovem ainda não havia aprendido que a beleza do jogo está em jogar.
O xadrez pareceu-me uma metáfora da vida onde o tabuleiro é a dimensão da história, cheia de possibilidades, no entanto não se joga sozinho. É preciso do outro. Se assim não for o jogo perde a graça. Na vida também estar sozinho não tem a menor graça.
É preciso estar com o outro no tabuleiro e aprender a negociar os espaços e as mexidas.
Os dois jogadores tem as mesmas peças e cad peça tem o seu papel. Assim ocorre também na vida. Todos tem as mesmas possibilidades. Mas o que fazemos com elas é o que faz a diferença.

As peças, por sua vez carregam em si atributos próprios, tanto na natureza de seus movimentos, quanto na posição que ocupam. Rei e Rainha estão juntos, lado a lado, e é aí o o melhor lugar. O rei é a peça mais valiosa, a rainha a mais poderosa.
Ambos se complementam. Quando afastados sem justificativa estratégica ficam vulneráveis.
As torres representam a fronteira do espaço, estabelecem o limite do jogo e guardam o reino, elas representam a casa, o nosso patrimônio.
Os cavalos são a força do jogo. Pulam obstáculos, superam dificuldades e estão um do lado do rei e outro do lado da rainha. Eles representam nossas habilidades e competências.

Os bispos revelam muito sobre a vida. Um segue a carreira branca e outro a carreira preta, eles simbolizam a dimensão da espiritualidade. Os bispos são os primeiros a defender o reino, pois estão a serviço da vida e nos fazem olhar para além de nós mesmos.
Na linha da frente estão os oito peões, que apesar de serem considerados peças sem importância eles no final fizeram a diferença entre vencer e ser vencido.

Os peões ensinam que o caminho é sempre para frente. Avançar e não deixar que os adversários avancem é a sua meta. Isso nos ensina a cuidar das coisas simples, a entender que uma pequena peça é o diferencial nas grandes conquistas. Às vezes temos a sensação de que somente as coisas grandiosas, sofisticadas, caras, complicadas é que são necessárias e essenciais. Os peões nos mostram que no final é a simplicidade que faz a diferença.
E por fim não há vitórias sem perdas e sem esforços. No jogo de xadrez como na vida, a vitória tem o seu preço e exige sacrifícios.