Pesquisar este blog

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

As pontuações da vida.




O autor precisa ter a competência para escrever um texto de qualidade com a devida pontuação, porque senão ele não consegue transmitir ao leitor a mensagem.

Quando aprendemos na escola as regras de pontuação, não temos noção da importância de um ponto final, uma vírgula, um ponto de exclamação. Um texto escrito sem pontuação fica sem sentido, uma vírgula fora do lugar pode causar uma confusão na interpretação do texto.

De modo que, a notícia não chega se o ponto está fora do lugar, o outro não entende o que a gente quer dizer. Nesse exato momento consigo visualizar um ponto de interrogação no seu rosto, que me faz o seguinte questionamento.

Afinal de contas o que um texto que fala de pontuação tem a ver comigo se não sou autor?

O fato é que a nossa vida é igual ao um texto, e por isso devemos aprender a colocar cada ponto no local certo, senão além de sermos mal interpretados, a nossa história pode se tornar uma bagunça. Além disso, todos nós somos autores da história da nossa vida, logo precisamos entender que as pessoas fazem leituras do nosso ser.

Pense na importância do ponto de exclamação e na falta que ele faz na nossa vida. O ponto de exclamação serve para dizer, pára nesse lugar, por que aqui tem uma emoção sendo contada. A emoção no lugar errado pode passar a impressão de indiferença, de insensibilidade, de que você não se importa com o outro. E a maneira como a pessoa sabe o que você está sentindo é através da exclamação no seu rosto, porque a sua expressão revela os seus sentimentos, e da noticias em tempo real do que você sente.

Um exemplo disso é quando você está magoado com alguma pessoa, quando você encontra essa pessoa, a expressão do seu rosto muda. Você sabe que tem amargura e mágoa no coração quando ouve o nome de certa pessoa e perde o senso de proporção na sua reação em relação à questão a tal pessoa vinculada.

Casais podem saber se estão magoados e amargurados um com o outro quando iniciam uma conversa sobre certo tema, e, aquilo vai crescendo sempre baseado no fato de que a pessoa magoada evoca coisas de ontem ou de muitos ontens atrás, a fim de tratar a coisa de agora.

Quando isso acontece fica evidente que faltou o ponto de interrogação na vida do casal, pois através de um simples “porque” muitas brigas poderiam ter sido evitadas. O fato é que aos poucos estamos perdendo a capacidade de perceber o outro. Casais já não se percebem e não perguntam um ao outro nem como foi seu dia?

Isso me fez lembrar de uma psicóloga, que reuniu três mulheres, e disse quero ver como o marido de vocês vão reagir diante de uma experiência, uma estava casada há uma semana, a outra cinco anos, e a outra vinte e cinco anos, a psicóloga deu a elas a mesma roupa, uma bota, uma capa e uma máscara, para que elas ficassem bonitonas. E depois de uma semana elas retornaram para contar como foi a terapia, a mulher casada há uma semana disse para a psicóloga foi uma noite sensacional, maravilhosa, a casada há cinco anos disse é foi bom, e a casada há vinte e cinco anos disse que o marido chegou em casa colocou a mala na mesa e perguntou e aí Batman o que tem pra janta?

As vezes, a nossa percepção do outro está tão prejudicada pela nossa indiferença, pela nossa pressa, que não notamos o esforço que a outra pessoa faz, para chamar nossa atenção. Nesse momento que falta faz uma vírgula, ou seja, uma pequena pausa, que nos faz perceber o processo do amor e da vida.


Nenhum comentário:

Postar um comentário