“Deus não nos deu espírito de covardia, mas espírito de poder, amor e domínio próprio” (I Tim 1:7).
Jesus disse que se alguém vai à peleja contra um inimigo que vem contra ele com o dobro do contingente que ele tem para defender-se, uma corajosa decisão deve ser tomada: ir ou não ir à peleja. E Ele não disse que a coragem é ir, mas sim a moderação que DECIDE se aquilo é ou não sábio, ou se tem alguma a coisa a ver com o bom combate.
Jesus nos libertou da tirania das falsas coragens!
Ora, se a decisão é “não ir”, ninguém pode dizer que aí houve covardia, visto que o poder, conforme a Palavra, não é suicida e nem homicida. Além disso, o verdadeiro poder tem “domínio próprio”.
Assim, o corajoso não é o que vai de qualquer modo, mas aquele que tem a sabedoria para decidir o modo como vai.
Poder, amor e domínio próprio são a antítese espiritual da covardia.
O Covarde vai se pode ganhar, e quando vai, o faz sem amor, mas movido pelo ódio; daí não haver magnanimidade do covarde. Somente os corajosos são magnânimos.
Além disso, a coragem da qual a Palavra nos fala é também coragem para não ir contra a sabedoria. E, sem dúvida, esta é uma das mais difíceis formas de coragem, pois, implica, muitas vezes, na capacidade de sacrificar a honra em nome da sabedoria, do amor e do bom-senso.
De fato, coragem não é enfrentar algo fora de nós, mas sim enfrentar em nós aquilo que só pode ser enfrentado como uma decisão de não fazer, quando se PODE fazer, mas não se DEVE.
Ontem eu tive vontade de dar uns catiripapos numa pessoa. Mas seria covardia total. Então, tive que exercitar a mais terrível das coragens, que é aquela de decidir não reagir. E, lhes garanto, tal decisão é bem mais difícil que aquela de revidar, pois, nesse caso, o inimigo a ser vencido não é o fracote que está do lado de fora, e que não agüenta um cascudo, mas o que está do lado de dentro, e que sou eu, e pode fazer a covardia de subjugar aquele que não aguenta o que pede.
Assim, covardia, muitas vezes, é partir para provar que se pode.
Mas o grande poder, é aquele que se exerce com amor, e que implica em domar o pior bicho, eu, e que precisa ser contido pela coragem do domínio próprio.
Levar um tapa na cara e dar a outra face quando você pode quebrar o pescoço do franguinho, demandar coragem muito maior que aquela necessária para enfrentar gigantes.
Deus, todavia, não nos deu espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação.
A grande coragem é a DECISÃO!
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